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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

Muda o tempo, mudam as pessoas?

Comecei por querer perceber se o que muda é o tempo ou se são as pessoas. Ainda não descobri e penso não ter chegado nem perto disso. Talvez seja hoje, através desta reflexão, talvez não.

É verdade que são os ponteiros do relógio que se movimentam no tempo que avança. São os anos que passam por nós e escolhem passar não a trote ou a galope, mas no ritmo certo. Entre os anos que passam e os que vão passar nunca ficamos impunes, antes somos punidos por essa passagem. Não é algo negativo, é a vida. A vida que segue como a água segue pelo rio e que, mesmo quando encontra pedras, arranja uma forma de passar por elas. Assim somos nós, enquanto humanos, enquanto vivemos. Perdemos o tempo mas ganhamos o hábito e a experiência de lidar com isso. 

O tempo é das poucas coisas que não podemos mudar. Não há forma de viver o futuro em vez do presente e só as nossas memórias nos levam ao passado. Certo é que não podemos viver determinada situação de novo para a tornar diferente. O que está vivido está.

(fotografia "As voltas da vida" de Gil Reis)
 

São as memórias e os sonhos que nos fazem balançar na "corda bamba" da vida. Sentimos saudade dos bons momentos pela alegria que deixaram em nós e tentamos esquecer os maus momentos, embora esses nos tragam a sabedoria. Mas será que toda a experiência e sabedoria, todos os momentos que vivemos mudam as pessoas, a sua forma de ser e reagir com os outros mas também consigo mesmas? Seremos moldados pela vida, por nós próprios ou pelos outros?  

Somos quem somos porque sentimos, ou não, e isso define-nos, identifica-nos, pode diferenciar-nos. Mas mantemos a nossa personalidade ao longo da vida?

Num primeiro momento de reflexão, a minha resposta é sim, mudamos. A vida ou, muitas vezes, os outros ensinam-nos que devemos mudar, que não estamos a ser nós (ou a pessoa que querem que sejamos) em determinado momento ou que só seremos pessoas melhores se mudarmos certos aspectos da nossa personalidade. 

Mas, se pensarmos bem, talvez possamos compreender que a nossa personalidade, quem somos realmente, não pode mudar, ou não deve para que sejamos fiéis a nós próprios. Daí quando ouço alguém dizer "Tu mudaste. Já não és a mesma pessoa" (e este diálogo ouve-se muitas vezes), penso: "Essa pessoa sempre foi assim, tu é que só agora a estás a conhecer tal e qual como ela é, sempre foi e sempre será".

 

Alguma opinião sobre o assunto desse lado? Comentem :)

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