Eis que os Chairlift reaparecem com "Ch-Ching", três anos volvidos de I Belong In Your Arms (2012). A música é o single de avanço para o novo trabalho do duo americano formado em 2005, Moth, a editar em Janeiro de 2016, pela Columbia Records. A Caroline Polachek e o Patrick Wimberly - os Chairlift - filmaram o novo vídeo pelos bairrros industriais de Nova Iorque e ela dança "pra chuchu". Gostei imenso tanto do tema como do vídeo.
Moth é o terceiro álbum do duo, seguindo-se a Something, lançado em Janeiro de 2012. Does You Inspire You, o registo discográfico da banda que faltava mencionar, chegou até nós a 11 de Setembro de 2008. Há ainda 2 EP's no currículo dos Chairlift. Mais informações ficam para outras núpcias.
A BBC divulgou ontem a lista simplificada, digamos, dos nomeados para o Mercury Prize 2015. A lista é composta por 12 artistas cujos discos têm fortes possibilidades de se tornarem no "Melhor Álbum do Ano". Mas... Será que todos os discos têm a mesma probabilidade de serem escolhidos? Pelos vistos não. As revistas de especialidade (e alguns apostadores) apontam já os grandes favoritos à vitória, mas o Few days on land ainda tem uma palavra a dizer quanto a isto (com a devida (e enorme) distância que existe entre o valor da minha opinião quando comparada à dos reconhecidos críticos musicais desses revistas).
A LISTA
Aphex Twin - Syro Wolf Alice - My Love Is Cool Róisín Murphy - Hairless Toys C Duncan - Architect Eska - Eska Florence + the Machine - How Big, How Blue, How Beautiful Ghostpoet - Shedding Skin Benjamin Clementine - At Least For Now Jamie xx - In Colour SOAK - Before We Forgot How To Dream Gaz Coombes - Matador Slaves - Are You Satisfied?
ANALISEMOS A SITUAÇÃO DOS NOMEADOS
Quem parece destacado para vencer? Florence + the Machine. How Big, How Blue, How Beautiful é um álbum sólido: tem letras incríveis que descrevem situações da vida real, tem melodias ousadas e ritmos divididos entre o calmo e o impaciente. É uma típica descrição da banda, mas são estas características que fazem dos Florence + the Machine uma das melhores bandas ao vivo. Eles oferecem sempre concertos enérgicos e memoráveis. Para além disso, este disco retrata um período conturbado da vida de Florence: lidar com a separação, problemas nervosos e outros já assumidos pela própria.
Quem tem menor probabilidade de vencer? Róisín Murphy, Aphex Twin, SOAK, Gaz Coombes, Slaves, C Duncan e Eska (a surpresa da lista). Ouvi várias coisas produzidas por estes artistas e não ouvi nada que fosse impressionante, diferente do que foi criado no panorama musical internacional ao longo deste ano em grande escala. Gostei de alguns apontamentos, mas não chega para serem o álbum do ano. São escolhas muito, muito improváveis.
Quem pode surpreender? Ghostpoet, Wolf Alice, Benjamin Clementine ou Róinsín Murphy (e aí seria mesmo uma grande, grande surpresa).
Quem seria o justo vencedor? Jamie xx. Sinceramente, do que ouvi, mantenho-me um pouco dividida entre o In Colour e o How Big, How Blue, How Beautiful, da Florence. Os The xx ganharam o Mercury Prize em 2010, portanto não seria impensável que o prémio fosse atribuído ao Jamie. O que acontece é que, embora este seja um disco a solo, para "o comum dos mortais" In Colour não se distancia em grande medida do material anteriormente lançado pelos The xx. As razões culminam, na maioria das vezes, nas participações de Romy e Oliver (restantes membros dos The xx) um pouco por todo o álbum (não só vozes, como na guitarra e no baixo e em algumas aparições live). Assim é difícil que as pessoas percebam que há uma linha que separa o Jamie xx (Jamie Smith, como quiserem) dos The xx. Essa linha existe, de facto. Imagino que o Jamie queira tanto continuar a escrever música com os The xx como lançar temas a solo. Ser independente porque o que faz é diferente, digo eu. Na minha opinião, em In Colour Jamie conseguiu fazer mais. Inovou. Ainda não ouvi The xx quando ouvi este disco. Mas muitos fãs não gostaram. É pena que algumas pessoas não queiram ouvir essa diferença. O disco está muito, muito bom e acaba por sofrer um pouco com essa ideia de colagem à "banda mãe" do artista. Este é, sem dúvida, um dos grandes álbuns de 2015!
Imaginando um cenário em que o Jamie e a Florence não eram os favoritos à vitória, a quem deveria ser entregue o prémio? Ao Benjamin Clementine. Acho que este artista ainda é pouco reconhecido face ao talento e mérito que tem em fazer diferente. Se ele ganhar não vai ser a maior injustiça de sempre, muito pelo contrário. Quem quiser comprovar o talento deste senhor deve ir ao Vodafone Mexefest. Prevejo que será um concerto imperdível!
O vencedor do Mercury Prize será anunciado no dia 20 de Novembro. E aí falamos... Estejam atentos!