Se ganhasse um cêntimo por cada vez que me perguntam "tu dormes aqui?" por eu chegar mais cedo ao trabalho, estaria milionária. E vejam bem: não é por cada palavra, é pela expressão em si... Já as outras pessoas que não se lembram de nada mais apropriado para dizer a outro alguém logo de manhã, se procurassem elaborar um comentário de jeito certamente ganhavam muito mais. Diga-se: respeito, simpatia e não ter que ver a minha cara de "conversa boringggggg" pela manhã.
Só quero dizer duas coisas sobre o episódio de ontem de Guerra dos Tronos e, tanto quanto sei, nenhuma delas tem spoilers. Podem ler. À confiança.
A primeira é que não fez sentido nenhum aquele conjunto de soldados sentados junto à fogueira para ouvir uma música de um jovem cantor pop que foi "surpreender" uma das atrizes. Personagens totalmente despropositadas. A sério que não arranjaram nada com um bocadinho mais de conteúdo? Outros convidados "musicais" que por lá passaram estiveram em momentos importantes da série. Tudo bem que é o primeiro episódio, mas estamos a falar de Game of Thrones e não de uma desses séries sem emoção que existem por aí. Queremos ver o desenrolar da história (é preciso lembrar que há menos episódios desta vez e ainda tanto para saber?), queremos ver ação e temos de assistir a 5 minutos de conversa fiada que não acrescenta nada à história, nem às personagens? Bem, não estive a contar e, portanto, não sei se foram 5 minutos mas aquilo pareceu bem mais do que isso! Boring.
E o segundo apontamento que faço a este episódio é: acho que nunca vi tanto cocó literalmente num único episódio de uma série. Acho não, tenho a certeza.
Se estou a ouvir esta belíssima interpretação de "Amar pelos Dois" pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos no Youtube e emociono-me desta maneira, nem imagino se tivesse a oportunidade de ver e ouvir a versão ao vivo... Chorava que nem um bebé. Lindíssimo!
"Sometimes, when all that's lost remains Drink from the fountain of youth and never age again Sometimes we jump across to every cloud Fly away get lost and never be found".
O ensinamento que retiro da noite de ontem é: nunca penses que já viste o melhor concerto de sempre daquela banda da qual gostas tanto porque eles voltam e sabem encantar mais e mais em cada palavra, em cada melodia, em cada sorriso. Estou oficialmente destroçada por ter perdido o concerto dos The xx ontem. Não foi por pensar que já tinha visto o melhor concerto deles, foram outras questões que não interessam agora, mas puder ver a transmissão do concerto na RTP Play - podem crer que vou acender uma vela por esta ação magnífica e inesquecível da RTP! - e posso garantir que foi de longe a apresentação mais completa e madura da banda em Portugal, já para não falar da setlistIN-CRÍ-VEL! Como eu disse no post de ontem (e eles também disseram durante o concerto): os The xx adoram Portugal e, particularmente Lisboa. Daí ser tão difícil de perceber como é que a banda ainda não teve um concerto em nome próprio por cá desde 2010. Bom, mas voltando a ontem... Eles tocaram versões das músicas que eu já queria ouvir há muito, muito tempo como da "Shelter", por exemplo. Numa palavra: Brutal! Mais uma vez cantei até mais não, dancei e chorei não só porque só pensava "porque é que não estás lá??" mas também porque a ligação que tenho com esta banda é indescritível. Juro. Sinto como minhas tantas palavras e emoções deles. Não sei explicar.
Estou triste. E vai demorar a recuperar.
A fotografia é da autoria de Rita Carmo (as melhores fotos, sempre!) e foi retirada do website da Blitz.
Hoje é dia 6 e começa o NOS Alive. Hoje é o dia em que, pela primeira vez desde 2010, vou falhar um concerto dos The xx em Portugal - perdi um concerto do Jamie xx em novembro de 2013 mas aos da banda completa não faltei. Hoje é, portanto, um dia triste. Bem triste.
Quando vi o primeiro concerto, em julho de 2010, no ainda Optimus Alive, tive a certeza que não poderia faltar a mais nenhum. Bem, neste caso falo de festivais já que ainda não tive oportunidade de ver um concerto só deles, num contexto mais intimista como a música dos The xx pede (desde já, fica aqui o apelo: quando uma banda desta qualidade, com três álbuns de originais, não tem um concerto em nome próprio desde 2010 num país do qual gosta e que acarinha tanto, alguma coisa vai mal). Nessa altura não quis dar ar de fã n.º 1, até porque estava a dividir atenções fanáticas com os La Roux, e fiquei na terceira fila. Desde então tenho conseguido sempre ficar na primeira fila, qual fã que vai 4/5 horas antes para os concertos e corre assim que as portas do recinto abrem. Se é para ir que seja em bom. Vejam as regalias: não há ninguém à frente com penteados malucos que impeça a visualização do concerto e como não se vê mais nada a não ser o palco, pensa-se que não está lá mais ninguém e é cantar e dançar como se não houvesse amanhã. Foi assim no Primavera Sound de 2012, no Night + Day que os The xx organizaram em Belém, em 2013 (há mais informações sobre este concerto aqui), e no concerto do Jamie xx no Alive, em 2014.
Hoje não posso estar lá para ver a estreia no maior palco do Alive. Deixo o meu lugar na 1.ª fila a alguém que seja tão ou mais fã do que eu (ou pelo menos assim espero). Será bonito, não duvido por um segundo. Será surpreendente e emocionante, bem sei. Será um dos concertos mais puros que podem ver ao vivo. A quem estará presente: posso assegurar-vos que não vão ficar desiludidos.
E, por causa disto, hoje por estes lados só se ouve The xx. São os três discos em loop. E mais logo estarei atenta à RTP Play porque estou na expectativa de conseguir ver o concerto em direto o que não é, de todo, comparável a estar a ver, ouvir, saltar, dançar e gritar ao vivo e a cores, como uma excelente e dedicada fã número 1 faria.