Estas palavras que me prendem #5
Amanhã
Pela janela vê-se que o dia não acordou.
Adormeceu rabugento na noite e transformou este tempo em algo próprio,
Tempo suficiente para vaguear pelas memórias e perceber que o conhecido é contável.
Deu início a uma longa procura pelo vazio quando nada havia para lembrar.
Subitamente morreu quem confiava e ao renascer perdeu a capacidade de se encontrar.
Desconhecido e adormecido, portanto, tornou-se no tempo que distingue o hoje do amanhã.
Joana Pires