No dia 1 de abril agendou-se, no Musicbox, o concerto de apresentação de Eden, disco de Sequin. Previa-se um bom concerto, é claro, mas isto de ir a concertos é raro agora. Não se pode ter tempo para tudo e eu faço os possíveis e impossíveis para dedicar-me à escrita da tese nos momentos livres do dia-a-dia. Mas confirmou-se que os Sr. Inominável iam marcar presença no concerto para uma pequena lição de pop-rock minhoto que introduziria a apresentação de Sequin e eu não podia deixar de ir.
Não foi apenas uma manifestação de apoio entre camaradas vianenses, embora - permitam-me que vos diga - fique bastante incomodada por uma banda desta qualidade não ter o devido reconhecimento na sua terra. E ainda tenho mais certezas disso depois do que vi e ouvi naquela sala. Acima d tudo fui ao Musicbox porque há sempre aquela curiosidade de perceber quanto do que está nas canções que ouvimos no disco D'Estalo (2015) ou mesmo no Spotify - meu companheiro de viagens para tão bela terra do Norte de Portugal - se transmite ao vivo e a cores, com ritmo próprio. E não podia deixar de ir ouvir as verdades do Sr. Inominável.
Não tinha muito tempo, como já expliquei, mas eles também não demoraram a resumir o talento na perspicácia de perceber o que ficava bem ali, naquela sala, numa noite de sexta-feira, fria lá fora e que não os tinha num primeiro plano, como protagonistas. Por agora. Abreviando a situação e, citando Sérgio Godinho, posso dizer que o concerto "soube-me a pouco". Espero que não demore muito para poder ver um concerto só deles, dedicado à energia e consistência que demonstraram, mas também àquelas letras... Já sabem que eu aprecio particularmente as letras!
Sequin
Foi uma pena não ter disponibilidade para ficar muito mais tempo (estava mesmo no limite do cansaço) e assistir ao concerto completo de Sequin, projecto de Ana Miró. Por este excerto que aqui vos deixo podem perceber que o concerto prometia. Já li que teve alguns problemas de som, mas não me parece que isso possa ter afectado uma voz com esta qualidade e potência. O mesmo não se pode dizer da minha máquina fotográfica que passou por qualquer coisa e não tenho uma fotografia em termos de ser partilhada. Não devo demorar muito para ir ver um concerto a sério e sem pressas desta artista. Ainda assim, aqui fica um pequeno vídeo da música "Meth Monster":
Na quinta-feira à noite fui assistir ao primeiríssimo concerto de uma banda lisboeta recente, alternativa e com nome de mês do ano: os Novembro. Este concerto teve audiência reduzida, praticamente reservado para a "crítica" dos convidados dos próprios músicos, e revelou que podemos esperar muito do que está para vir para os Novembro. São um trio considerado por quem já ouviu todo o reportório como uma mistura de punk-fado-psicadélico. Mas não precisam de rotular estes sons, ouçam o vídeo e tirem as vossas próprias conclusões!
E, porque vocês são os melhores seguidores de sempre, aqui ficam as primeiras imagens a serem divulgadas publicamente desta nova banda portuguesa. É de ver, ouvir e dar a vossa opinião porque eles estão a começar e querem saber.
P.S. Seguidores do Facebook do Few days on land, lamento a informação quase repetida, mas decidi coolocar o vídeo primeiro lá.
E não é que está excelente? Pois é... Os Sr. Inominável lançam novo single e quem ganha - duplamente - somos nós. Vejamos... Em primeiro está a música, "Acabámos no Refrão", que sabíamos que valia a pena ouvir com atenção. Boa letra, é uma canção que faz sentido. Depois, a ideia original para a filmagem: poucos elementos, apostando na simplicidade.
O vídeo prova como ser simples nunca fez mal a ninguém e é tendência para fugir ao floriado exagerado que, por vezes, vemos no mundo da música. As histórias são tantas, mas a letra diz tudo. A parte final está muito bem conseguida. É um vídeo animado mas o final está em cadência perfeita com a música e isso é algo que gosto sempre de ver em videoclipes. A Antena 3 está a apoiar a nova música portuguesa, no geral, e os Sr. Inominável, em particular. Podem ler tudo no site da rádio. Mais uma banda portuguesa no bom caminho!
Ricardo Lemos e Pedro Rio-Tinto são um só senhor. Inominável, é certo, mas um Sr. Diz-se que não se lhes pode atribuir nome e nem é preciso. Entre eles - dois cúmplices - e deles para nós fala a música carregada de inspirações pop rock e de electricidade. A carga instrumental é acentuada, mas suavizada pela voz que canta as coerentes palavras que nos contam estórias um tanto ou quanto sentimentais. Logo aí está ganho o dia, porque é disto que deveriam viver os músicos em Portugal.
"Sr. Inominável carrega histórias.
quer amar e ser amado.
está contente, está triste.
é desconcertante, é confuso.
é mordaz. é irónico".
por Sr. Inominável
O Sr. Inominável nasceu no Verão de 2011, em Viana do Castelo. O nome do projecto é inspirado em Samuel Beckett já que, e citando a opinião dos elementos da banda, "não há lugar para conclusões finitas sobre o que somos, ou sobre o que nos acontece, o que existe é espaço para nos regozijarmos da condição em si". Muito filosófico, bem sei, mas percebe-se a inspiração moderna que emana do autor que inspirou tão intrigante nome.
Não fossem estes senhores naturais da melhor terra do Universo e não estávamos aqui a falar deles. Mentira. Aqui o que importa é que a qualidade musical fale por si e isso verifica-se. Não há como ouvir os Sr. Inominável e não querer partilhar cada recanto sonoro da sua obra com todas as pessoas que têm gostos musicais semelhantes aos nossos. Somos portugueses e, como tal, convém gritar aos sete ventos que "estes sim são os melhores de sempre". Para mim isto ainda funciona melhor porque estou sempre a gabar-me de quão maravilhosa é Viana do Castelo. E nestes momentos em que me dão razões para tal então... Ninguém me atura!
Este encontro de Ricardo Lemos (letras, voz, guitarra e teclas) e Pedro Rio-Tinto (guitarra-baixo e coros) correu às mil maravilhas e é claro que o amor se apresenta como a tónica da existência humana. "O amor como ponto de partida e de chegada", dizem eles. O amor no seu mais puro estado e como espelho de situações reais, digo eu.
De tudo o que ouvi e li sobre a banda gostaria de destacar duas coisas. Primeiro, as letras, como é óbvio. Quem costuma visitar o Few days on land sabe que dou muita importância à construção das letras e às histórias que as bandas vão contando através das suas músicas. Não gosto de letras previsíveis, escritas com o único intuito de rimar, com conteúdos banais. Mas as letras do Sr. Inominável não são nada disso: há histórias, há vida e amor e há, sobretudo, o conteúdo que estimula a reflexão e com o qual é fácil criar empatia. Identificámo-nos com a realidade descrita por eles. É isto que eleva determinada canção a mais do que um instrumental até bonito mas oco. E eu gosto muito da escrita do Sr. Inominável. Se só por isso já mereciam os parabéns, gabo-lhes ainda este rock "ligeirinho" de apontamentos pop, que equilibra o poder da bateria e das guitarras com uma voz perceptível e harmonizada com os restantes elementos introduzidos nas canções. É difícil encontrar bandas portuguesas que falem connosco. E esta fala.São decididamente a grande esperança da música alternativa daquela cidade minhota.
Melhor Letra - "Perfeito Acaso":
D'Estalo é o álbum de estúdio dos Sr. Inominável, gravado em 2014 no Trovoada Estúdio, em Viana. São 9 canções originais que chegam até nós quatro anos depois do início desta banda como o culminar de uma aventura demorada mas que soube amadurecer. Uma "contundente afirmação do Sr. Inominável", como os próprios elementos a descrevem. Basta ouvir a diferença entre a versão da música "Correr por aí" apresentada no EP, lançado em 2013, e a que agora figura entre o alinhamento do D'Estalo. É claramente uma versão melhorada, que cresceu com o tempo.
O primeiro EP de Sr. Inominável foi lançado em 2013. "Corre Por Aí", "Fora de Prazo" e "És Assim, És Assado" eram os temas incluídos neste pequeno anúncio, neste presságio do que seria o disco D'Estalo. Ainda em 2013, a dupla integrou o leque dos Novos Talentos FNAC - colectânea anual articulada por esta cadeia de lojas de bens culturais - com o primeiro single "Fora de Prazo".
Já há videoclip e é bem jeitosinho:
"Corre em surdina que perdeste a cor
Corre na minha sina para onde eu for
Que és a minha melhor canção
O berço preferido do meu coração."
Das músicas antigas importa destacar:
Imaginem o orgulho que é poder dizer que este Sr. Inominável é da minha terra. Já sabem que na minha opinião é sempre bom conhecer novos talentos musicais, mas quando percebo que pessoas que vivem "mesmo ali ao lado" podem chegar tão longe com o seu trabalho... Fico na expectativa de perceber o que o futuro lhes reserva. O mesmo se passa com esta banda. Aqui têm mais uma fã!
O disco D'Estalo foi disponibilizado gratuitamente pela banda no Youtube. D'Estalo pode ainda ser encontrado no Spotify. Mas se querem ajudar a banda a crescer devem encomendar o vosso exemplar através do e-mail sr.inominavel@gmail.com. Este disco está à venda em lojas de Viana (Galáxia Discos, loja bem conhecida dos vianenses), Porto e Lisboa e esta informação está toda muito bem explicada na página de Facebook da banda (os links estão disponíveis à direita).
Sou fã de Hurts desde o início, desde 'Wonderful Life', de 2009. Portanto, sei que eles escrevem como ninguém sobre as nossas emoções, que as melodias que criam são dançáveis e que estão dispostos a fazer diferente, a arriscar. Aliás, falando particularmente do vocalista, Theo Hutchcraft, sempre soube que ele tem uma voz singular, única mesmo, capaz de cantar em vários registos sem desiludir os fãs.
Tive a oportunidade de assistir ao concerto deles no Hard Club, no Porto, em Fevereiro de 2011, e constatar que, tal como parecia pelos vídeos que vi antes do concerto, eles eram calmos, dançavam pouco (o pouco que se viu foi de Adam, o pianista do duo) e apostavam tudo no alcance vocal de Theo, que é exactamente igual entre o registo em CD e a actuação ao vivo. E, se é para falar de todas as qualidades que lhe conheço, não posso deixar de acrescentar que ele é bonito, com um ar sereno e "arrumadinho".
Mas, senhoras e senhores, ainda não estou em mim depois de ver o vídeo de 'Lights' o mais recente tema de apresentação de Surrender, o novo álbum da banda que chega às lojas em Outubro (e sobre o qual já falei aqui). De facto, Theo apresenta-se a outro nível. É todo um outro nível de Theo.
Estou estupefacta. Juro. Nunca pensei que um toureiro, bêbado, a cambalear num bar pudesse dançar desta forma. Muito menos imaginei que algum dia pudesse estar a descrever esta cena para falar da personagem interpretada pelo arrumadíssimo Theo Hutchcraft. É claro que o "mulherio" não fica completamente agradado com a situação em si mas ele sorri e pronto, nem tudo está mal.
A dança é impressionante. Mas, sinceramente, o que me deixou sem palavras foi a interpretação. Hollywood, atenção a este senhor... Impecável! Bem melhor que muitos actores reconhecidos, com carreiras longas que andam por aqueles lados. Perdi uns momentos a ler comentários do Youtube para perceber se fui a única a ficar impressionada com as acting skills deste homem e... Parece que sim! Não percebo, mas está bem. Acho fantástico na mesma e entra directamente para a competição de melhor vídeo de 2015. É soberbo do início ao fim! E que fim...