Para mais tarde recordar: o concerto de Samuel Úria no NOS Primavera Sound 2017
Fonte: Blitz.
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Fonte: Blitz.
Uma das bandas que mais me surpreendeu ao vivo nos últimos anos foi M83. Tenho que ir rever isto:
Se pensam que venho falar-vos de 'Uptown Funk', a música do Verão - quiçá do ano - estão enganados. Não que não seja uma boa música, mas porque Mark Ronson fez algo ainda melhor. Daí eu achar que este senhor foi capaz de reinventar um conceito tão forte como genialidade. Ora vamos lá descontruir esta ideia...
Ser genial, musicalmente falando, não é só compor bem e escrever ainda melhor. Ser genial é fazer tudo isso e, ao mesmo tempo, saber escolher com quem se trabalha ao longo de uma carreira que se quer variada, com criações que espelhem diversos trilhos musicais - os mais conhecidos e os que estão por descobrir. No fundo, o artista deve contruir um caminho rico, multifacetado, que não se limite a um só estilo musical. Aí é que os verdadeiros fãs podem perceber as capacidades do seu músico/banda de eleição (não sei se isto faz sentido para vocês, mas é a minha opinião). E Mark Ronson é um exemplo disso mesmo. Com uma carreira preenchida de sucessos, tem ganho vários prémios e já trabalhou com nomes importantes da cena musical internacional que se incluem em géneros musicais diferentes, não só como músico mas também enquanto produtor: Amy Winehouse, Kaiser Chiefs, Lily Allen, Adele, Bruno Mars, Macy Gray, Robbie Williams, são apenas alguns dos nomes a mencionar.
No início de 2015, Ronson lançou o disco Uptown Special e, dado o seu percurso musical, fica claro que podia escolher juntar-se a quem quisesse para executar as suas músicas ao vivo. Era muito fácil fazer a escolha errada que ele não fez. Foi 'Uptown Funk' que marcou o nome deste artista nos lugares cimeiros dos tops de todo o mundo este ano mas, enquanto isso acontecia Mark Ronson preparava uma surpresa incrível para a edição deste ano do festival australiano Splendour In The Grass, realizado em Julho. O músico e produtor estava concentrado em levar a palco um dos melhores conjuntos musicais que o mundo já viu/ouviu e que, não sendo uma banda na verdadeira acepção da palavra, mostrou que não era difícil tornar-se uma das melhores bandas de sempre caso fosse esse o objectivo.
Mark Ronson convidou Kevin Parker, dos Tame Impala, Andrew Wyatt, dos Miike Snow, Kirin J Callinan - músico a solo que eu não conhecia mas assim que fui ouvir algumas das músicas que compõe a sua obra tornei-me fã - para além de outros nomes como Daniel Merriweather, Theophilus London e MNDR, para citar alguns, para uma mini tour de apresentação do mais recente trabalho. O disco Uptown Special é estrelado por todos eles, mas convenhamos: deve ser muito difícil convidar estes nomes para uma tour, ainda que "mini", sendo que grande parte deles têm tours com as bandas de origem.
As revistas internacionais da especialidade apelidam a equipa da tour de Uptown Special de "all-star band" ou "one-of-a-kind live crew" (fonte), designações com as quais concordo. Para os fãs de Queens Of the Stone Age, deve ser fácil perceber a genialidade que para aqui vai, com tanto talento por metro quadrado. Lá está: genialidade. A inteligiência que é preciso ter para conseguir alcançar tudo isto merece ser destacada e louvada. E é fácil porque está à distância do Youtube mais próximo de si, através de uma magnífica cover de 'I Sat By The Ocean'. Também podemos ver que a performance desta banda de topo no festival foi incrível. Quem não dava o mundo para assistir a tamanha genialidade? Vejam por vocês mesmos... Vão adorar!
O jazz é o som característico de New Orleans e ninguém disse que não podia ser de Viana do Castelo também. Ficou provado no último dia da 24.ª edição do Festival Jazz na Praça da Erva, que o jazz cai bem a Viana do Castelo. Cada vez melhor.
Este ano, o festival contou apenas com projectos de origem portuguesa. Sou suspeita para falar (porque é um dos géneros que mais gosto) mas por lá apresentaram-se músicos de enorme qualidade, diga-se. Na verdade... Os concertos naquela praça são sinal de sucesso, de boas memórias e bons momentos passados nas noites relativamente quentes da cidade.
O festival realizou-se entre os dias 6 e 8 de Agosto, mas há no primeiro concerto do último dia vários pontos de interesse a destacar. Em primeiro lugar a presença de um músico como o contrabaixista Carlos Barretto. Mítico contrabaixista português. Atenção: não acontece em todas as cidades, muito menos todos os dias. Mais uma vez sou suspeita para falar, porque sou fã - como sabem frequentei o ensino musical e durante esse tempo aprendi contrabaixo. Durante os meus estudos fiz um trabalho sobre Carlos Barretto e embora mais tarde tenha abandonado o meu percurso musical nunca deixei de acompanhar o percurso musical do contrabaixista português. Sem dúvida, um dos melhores performers e conhecedores de contrabaixo e jazz que o nosso país já conheceu. Depois, a conjugação do som do contrabaixo com o guitolão, instrumento musical idealizado por Carlos Paredes. Há apenas três exemplares deste instrumento no mundo, segundo Gilberto Gráci, o constructor desta "evolução da guitarra portuguesa". Trazido a Viana do Castelo por António Eustáquio, o guitolão resulta muito bem neste espetáculo, conjuntamente com o contrabaixo. E fiquei fã também. Tão fã que comprei o CD que o duo gravou. Esta gravação foi possibilitada pela residência artística de ambos no Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto (quem quiser saber mais sobre o disco e/ou adquiri-lo, pode fazê-lo aqui).
Portanto... O que posso dizer é que não devemos perder oportunidades de ouvir boa música num cenário idílico. Podemos surpreender-nos mesmo quando já esperamos o melhor.
Ora aqui estão dois senhores que tenho imensa pena de não ter visto no NOS Alive'15. Não vi nenhum senhor ou senhora por lá este ano, também é verdade. Mas se lamento não ter conseguido estar presente este duo tem muito a ver com isso. São os Chromeo e formaram-se no Canadá. Têm viajado pelo mundo a apresentar os seus trabalhos de estúdio, entre os quais estão os mais conhecidos Business Casual (2010) ou White Women (2014) e já tinham estado em Portugal, no Super Bock Super Rock de 2011. Estive lá, na fila da frente e dancei muito. Mas também reparei na voz diferente de David Macklovitch, o vocalista, nas danças do seu colega P-Thugg e, claro, no estilo de ambos. Se bem que convenhamos: o estilo do vocalista e aquele sorriso são bem especiais. São um duo muito enérgico e sabem como aparecer em palco. Continuo a achar que assistir a um concerto deles pelo menos uma vez na vida devia ser obrigatório.
Alguém esteve no concerto e pode dizer-me que tal correu? Ou há muitos invejosos por aí que, como eu, não tiveram oportunidade de assistir ao concerto da banda?
Para quem gosta e queria estar a assistir ao concerto:
Obrigada RTP!