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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

O Melhor Álbum de 2014

Não preciso de esperar até ao final do mês de Dezembro e, consequentemente, o final do ano, para ter a certeza de qual é o melhor disco lançado em 2014. É até bem mais fácil do que julguei ser possível no início do ano porque, tal como perspectivei, foram muitas as criações musicais de qualidade a surgir este ano. Dito isto... 

O Melhor Álbum de 2014 é...

Present Tense

Wild Beasts

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Existem várias razões para ter escolhido Present Tense como o disco do ano. Das 11 músicas originalmente compostas e escritas pelos Wild Beasts é difícil eleger a melhor entre este lote de excelentes e inspiradoras canções. No entanto, desenvolvi uma simpatia pela música «A Simple Beautiful Truth» e aconselharia qualquer pessoa que procura a felicidade a ouvi-la. As razões? A melodia, a inovação no som e a criação do vídeo oficial (gosto da dança, principalmente), são três delas,  mas a letra e a mensagem que os elementos da banda quiseram transmitir apaixonou-me por completo. Esta é uma das principais razões para o disco figurar como o melhor do ano no Few days on land.    

 

Gosto deste álbum de uma forma muito particular pela reflexão intimista que a banda propõe, através de ritmos em parte compassados e noutra parte disruptivos desse compasso, ritmos que tanto se unem como se separam ao longo das músicas. «Wanderlust» é um belo exemplo disso, ao manter um ritmo calmo no background em todo a sua duração para introduzir, desde o primeiro segundo, um ritmo marcado e único. Aliás, esta música é a que mais ritmos dispares, embora sempre muito bem conjugados, imprime no disco. Daí ser hoje, na minha opinião, uma música facilmente associada aos Wild Beasts.

 

Parte do intimismo presente nas músicas da banda beneficia da voz do vocalista Hayden Thorpe. A sua voz é suave, transmite-nos calma. Soa a um leve sussurrar. Tem, porém, a força suficiente para enfrentar grandes multidões, sendo que ao vivo não se perde por entre as melodias. Não estive presente em nenhum concerto, embora os Wild Beasts gostem muito de Portugal e tenham passado pelo nosso país pelo menos 2 vezes este ano (Rock In Rio & Vodafone Mexefest). Vi sim os concertos que foram dando um pouco por todo o mundo no Youtube e sou fã. Espero ter outras oportunidades brevemente para assistir a um concerto da banda.

 

Este disco promove, portanto, uma viagem entre o passado e o futuro naquilo que é, literalmente, a perseguição do presente.  

 

Alerto os leitores para o seguinte: a reflexão que Present Tense proporciona pode acordar-nos para aspectos da nossa personalidade que julgávamos perdidos ou até características que não conhecíamos em nós. Basta ouvir as letras com atenção, perceber o sentido e interligá-lo com a mensagem que se pretende transmitir, a melodia e o ritmo, e deixarem-se levar pela viagem.

 

Present Tense é uma viagem pouco atribulada mas que nos inquieta, uma viagem que não nos deixa indiferentes. Os Wild Beasts queriam fazer a diferença na música e cumpriram-no à risca.