Os melhores discos de 2021 (07-10)
Segue a lista! Desta vez com os discos entre a 7.ª e a 10.ª posição dos melhores álbuns de 2021 e com uma pequena explicação do porquê de estarem no meu top 10.
Seria a Avril Lavigne dos tempos modernos, a nossa Marie Ulven Ringheim aka girl in red. E por nossa, entendam cidadã do mundo, já que ela é norueguesa. Por outras palavras, o álbum "if i could make it go quiet" vem confirmar que girl in red é uma contadora de histórias ora ritmadas, ora embaladas, com reflexos rock + punk + pop. Podemos dizer que o conjunto de canção aqui apresentadas são uma descrição bastante pessoal de medos, dúvidas, emoções. As descrições são claras, exemplo disso é a frase "can't escape the corners of my mind", da canção "Serotonin". Se é daquelas pessoas que gosta de acompanhar a letra para perceber a história da música, vai certamente gostar deste disco que passa por várias fases ao longo dos 11 temas. girl in red foi uma das melhores descobertas do ano e um álbum para guardar.
Melhor canção: rue
Melhor letra: serotonin
Melhor vídeo: body and mind
Salvador Sobral dispensa apresentações e falar dele seria fácil não fosse tão complexo o artista e a sua arte. É dos melhores cantautores que este país viu nascer. Não há palavra que não esteja no sítio certo. A sua voz é doce o suficiente para dar corpo a cada melodia. E nos entretantos supreendem-nos todos os giros que consegue fazer com o seu registo vocal, do mais grave ao mais agudo. E quando canta em português, a magia é digna dos contos de fadas. Daí este bpm e as suas 14 canções serem tão especiais. Este é o albúm mais português de Salvador até à data e embora seja impressionante o número de línguas em que consegue cantar, quanto mais cantar em português mais vai encantar.
Melhor canção: fui ver meu amor
Melhor letra: só eu sei
Melhor vídeo: paint the town
A viagem é a saltitar: olá Chet Faker, até já Nick Murphy. Ele vai mudando e nós vamos tentando acompanhar porque qualquer nota que componha, qualquer palavra que escreve vai soar bem. É certo. Certo como o destino, ou as estrelas, ou o bem que nos fazem sentir as suas músicas. Dificilmente há alguém mais cool do que o próprio (ou os alter egos) e a tradicional vibe, o groove "chet fakeriano", está nos píncaros. É o caso da "Get High", em que o groove do instrumental combina tão bem com a voz extremamente melódica, como se fosse uma voz ainda mais cantada do que o normal. Há alguns casos do tradicional Chet Faker, como em "Feel Good", e de apostas para dar corpo aos instrumentais, com harpas e um claro investimento em trazer mais instrumentos de corda às suas canções. Whatever tomorrow, give me this anytime.
Melhor canção: Get High
Melhor letra: Whatever Tomorrow
Melhor vídeo: Feel God
Da parte de Oscar Scheller chega-nos a maior das novidades: os rapazes também choram. Uma boa nova que se tornou não só uma belíssima canção, mas também um álbum que recordarei por muitos anos. Já me tinha acontecido com o primeiro álbum dele, Cut and Paste, de 2016.
Impressiona-me sempre pelas linhas de guitarra que compõe, pela importância que dá ao ritmo, marcado, algo que até nas composições mais serenas não escapa. É um bom cantor de melancolia dançável. Não é um estilo, passa a ser. Podemos até não conhecer as suas músicas mas tenho a certeza que quem as ouve pela primeira vez consegue marcar o ritmo com o pé ou quem sabe até mexer os ombros ao de leve ou viajar sem sair da imaginação.
Sabem aquela tarde de merecido descanso junto à piscina? Bem, eu não tenho piscina porque se tivesse este álbum seria a companhia perfeita para passar essa tarde. Ao estilo netflix and chill, estão a pereber? Uns raios de sol, uma brisa, calor q.b., óculos de sol ea voz doce de Scheller como banda sonora. Name a better combo, I'll be waiting.
Melhor canção: Peach
Melhor letra: I'm Enough
Melhor vídeo: Boys Cry
Sam Fender é o "senhor rock" desta lista. E provavelmente do UK. A ascensão depois de "Play God" está a ser condizente com a força que ele coloca em cada refrão, em cada palavra. Cada canção é cantada como se de uma história se tratasse. As letras são factuais, por vezes de crítica social, mas sempre actuais.
Os instrumentais são A loucura de poderosos. Ouvimos isso mesmo em "Spit of You", com as guitarras a serem responsáveis por 90% do show que é esta canção. Com linhas instrumentais carregadas, fortes, encorpadas, Sam Fender oscila de maneira vertiginosa entre os graves e agudos que a sua voz consegue entregar. Até nas canções mais serenas, como "Long WayOff" ou "Last To Make It Home", estas características são claras.
Melhor canção: Get You Down
Melhor letra: Pretending That You're Dead
Melhor vídeo: Saturday
P.S. Os nomes de artistas e músicas que estão escritos em minúsculas foram assumidos dessa forma pelos músicos e, portanto, foi respeitado o estilo pretendido pelos autores.
P.S. 2 - Como nota à navegação, comunico que este post não foi publicado em dezembro de 2021 (#iwish) mas como atualmente (fevereiro 2022) valores mais altos se agigantam, não me apetecia confundir as coisas e dar mais importância do que isto tem na realidade. Para além de que já não faz muito sentido publicar coisas como se fossem novas mas que estão no passado. Anyways... Estes textos foram escritos ainda em 2021 só ainda não tinha tido tempo de passar por aqui. Mas neste blog acabamos o que começámos.