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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

O melhor de 2016: música internacional

2016 foi um ano bastante positivo no capítulo da música internacional mas também teve os seus momentos menos bons. Os Chairlift são uma das minhas bandas favoritas e eu fiquei muito feliz por eles editarem o álbum Moth este ano. Ainda assim, 2016 não terminou sem que a banda anunciasse que tudo chegará ao fim na Primavera de 2017, com os últimos concertos, para que os elementos possam seguir projetos a solo. Tive o privilégio de vê-los no Primavera Sound e achei-os fascinantes. Tenho pena de não ter mais oportunidades de testemunhar tanto talento enquanto banda mas vou continuar a acompanhar a carreira da Caroline e do Patrick. Por outro lado, assisti a outra das minhas bandas de eleição lançar um disco muito fraco, considerando as expectativas que tinha pelos álbuns anteriores e pelo concerto que vi aqui há uns anos no Primavera. Falo dos M83 e do seu Junk. Passando à frente... 2016 foi bom pelos regressos de Daughter, com um disco muito completo, repleto de emoções e letras eficazes; de Kings of Leon com Walls, um disco que consigo ouvir de fio a pavio, várias vezes seguidas, sem ficar cansada, algo que já não acontecia desde Only By The Night, de 2008; dos energéticos e intensos Metronomy; e do querido James Blake que colocou tanto de si e da história da sua vida em The Colour In Anything. Os The Last Shadow Puppets também não tinham nada melhor para fazer e decidiram que Everything You've Come to Expect seria o disco dos nossos sonhos. Mas este disco foi muito mais do que se poderia esperar: consistente, criativo, original e teatral. Falando nisso, já estão a par de que Alex Turner devia pensar seriamente numa carreira no cinema? Não? Eu expliquei tudo neste post, no qual apresentei provas da veracidade desta afirmação. Os City of the Sun vão ser repetentes no que de melhor se faz na música internacional até que o mundo compreenda e aceite o talento das suas composições. Fiquei rendida ao disco To The Sun And All The Cities in Between e acredito que tal como o álbum de Rui Massena (ver O melhor de 2016: música portuguesa) dava uma excelente banda sonora. É um disco natural, intuitivo, emocionante. Ouçam-no e a vossa vida não voltará a ser o que era! 2016 foi também o ano em que a voz terna e distinta de Tor Miller conquistou o meu coração. American English é um dos melhores álbuns do ano passado, sem dúvida! Alex Cameron e Lost Under Heaven foram outras grandes descobertas de 2016.

 

Obrigada 2016 pelas novidades de Father John Misty, Bloc Party, Miike Snow, Roosevelt, The Strokes, The 1975, Gordi, Broods, Banks, The Temper Trap, Solange, Tom Odell, Nicolas Jaar, Wild Beasts e tantos outros que estão na playlist - se mencionasse e falasse de todos não saíamos daqui tão depressa. Obrigada pela revelação do super grupo LIV.

 

Permitam-me, no entanto, que dedique umas palavras a Blond, de Frank Ocean, que acredito ser o melhor álbum internacional de 2016. Foi muito complicado decidir qual a música que devia constar na playlist visto que enquanto ia ouvindo o disco ia ficando mais e mais apaixonada pelas músicas: as letras, as melodias, a conjugação de instrumentos e a voz doce de Frank Ocean. Ser sexy faz parte da personalidade dele por isso essa parte já não surpreende (escreve-vos uma fã da música "Lost"!). Um concerto ao vivo deste senhor deve ser um marco na vida de uma pessoa e não o digo apenas porque os concertos dele são raros em termos númericos. Acredito que a raridade está no artista em si. "Self Control", "Ivy", "Futura Free", "Pink + White", "Solo" e "Close to You" são algumas das melhores.    

 

Deixo uma palavra de apreço pela magnífica carreira de Prince, um artista único que compôs alguns dos meus temas favoritos, como "Purple Rain" ou "Kiss", por exemplo. Um talento que nunca será esquecido. 

 

Álbuns em destaque

 

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Blond

Frank Ocean

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 To the Sun and All the Cities in Between

 City of the Sun

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Not To Disappear

Daughter

 

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Everything You've Come To Expect

The Last Shadow Puppets

 

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Summer 08

Metronomy

 

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The Colour In Anything

James Blake

 

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Walls

Kings of Leon

 

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American English

Tor Miller

 

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Moth

Chairlift

 

 

PLAYLIST "O melhor da música internacional de 2016":

 

 

Se gostaram das minhas escolhas consultem a playlist no Spotify e guardem-na para mais tarde recordar. Sintam-se à vontade para dar a vossa opinião e partilhar nos comentários quais são os melhores artistas/álbuns/canções de 2016. 

 

Feliz 2017!

As três vozes mais surpreendentes dos últimos tempos

Nunca deixo de ouvir música. É a minha forma de ganhar energia para o dia-a-dia. A música que tenho ouvido nos últimos meses apresentou-me a três vozes que me surpreenderam. Os músicos Tor Miller, Alex Cameron e Oscar têm vozes diferentes do que é comum ouvirmos, no geral. No particular, destaco o alcance vocal, a calma/tranquilidade a contrastar com a jovialidade dos artistas em alguns aspectos, a vibe dos 80's que me apaixona mais e mais a cada ano que passa, as letras "fora da caixa" vs. "as certinhas", a descontração/inovação nos vídeos, e os movimentos de dança e estilos peculiares que os tornam artistas raros. Estas são características que se adequam aos três que estão a dar cartas valiosas no mundo da música.  

 

Tor Miller

Directamente de Brooklyn, Nova Iorque, para o Few days on land, chega Tor Miller. Aprendeu a tocar piano em criança e a cantar enquanto ouvia Frank Sinatra e Ray Charles com o pai. Aos 18 anos teve uma banda de pop-punk mas não demorou muito a render-se ao indie pop, a solo. Agora, com 22 anos, acaba de lançar o seu primeiro álbum, American English, depois de no ano passado ter editado o EP Headlights. A voz é única e o disco parece-me um excelente começo de carreira para o músico. Ouçam:

 

 

Se tiverem dúvidas quanto à capacidade vocal deste jovem, podem esquecer o assunto assim que ouvirem a música seguinte, "Baby Blue", que está na lista para vocês terem uma pequena noção do quão bem ele canta ao vivo:

 

 

E para a dança? Tem jeito? Não se preocupem, o jovem músico também se adequa! Nesta versão de "Carter & Cash" é possível ver alguns dos moves muito peculiares de Tor Miller:

 

 

 

Alex Cameron

De Sidney (Austrália) aparece Alex Cameron que o jornal britânico The Guardian descreve como "your new favourite loser". Segundo o próprio músico explica na apresentação do seu projeto musical no qual colabora com Roy Molloy, as canções descrevem a sua experiência no mundo do show business, as pessoas e as histórias que ele conheceu e ouviu. Tal como explicado pelo The Guardian para atribuir-lhe aquela descrição, o foco do projeto está na falha como um mal necessário à evolução: "We're reclaiming failure as an act of progress. An act of learning. Something to celebrate", disse Alex Cameron. Tudo isto através do synthpop.

 

Em 2013, lançou Jumping the Shark, o primeiro registo discográfico que esteve disponível para download no seu website até que a edição física do disco saiu à rua, há cerca de dois meses. Podem encontrá-lo também através da abreviatura do seu nome, ALKCM, difundida pelo próprio, embora agora utilize o nome todo na maioria das vezes. Estrelas, vá-se lá perceber!  

 

 

 

 

Oscar

Para completar os grandes centros musicais da actualidade temos o Scheller, Oscar Scheller, de Londres. É dos três o que tem o registo mais descontraído, principalmente nos vídeos. Assume-se perante o seu público apenas como Oscar e tem razão porque depois de conhecer as músicas é fácil associar a voz e o estilo ao músico que está em tour pela Europa as we speak, se é que me entendem. Resumindo: é um moço divertido, querido e alternativo que também está dedicado ao indie pop. O disco de estreia, Cut and Paste, saiu em Maio deste ano. 

 

 

 

 

Gostaram de algum destes artistas? Há por aí sugestões de grades vozes a emergir no mundo da música para ouvir? 

Bom fim-de-semana para todos!