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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

Nome de Código: Hurts

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"Never give up, it's such a wonderful life", diz-vos alguma coisa? A mim recorda-me de um tempo na minha vida em que cantava pelo menos 20 vezes por dia a música "Wonderful Life", dos Hurts. Ainda hoje sei a letra praticamente toda de cor e salteado mas a verdade é que a nossa ligação remonta a 2009, ano em que Adam Anderson e Theo Hutchcraft decidem formar os Hurts, no Reino Unido. Embora tenham tido outros projetos anteriores de pouca relevância, a história que os uniu é no mínimo curiosa. Consta que em 2005 ambos estavam embriagados demais para se envolverem em brigas de discoteca e então começaram a discutir gostos musicais e perceberam que, por alguma razão, o universo orquestrou uma amizade sem igual. Depois de projetos menos bem sucedidos, decidem, em 2009, gravar um vídeo amador para a música de que vos falei, "Wonderful Life", que é assim uma pérola nestas coisas do Youtube (mais tarde lançaram um vídeo sério e mais profissional mas o outro relembra-nos os novinhos e inexperientes Hurts, basta ver o microfone mal colocado). Entre as duas versões dividem-se até hoje mais de 40 milhões de visualizações. O sucesso começou a cantar mais alto.

 

Desde então editaram quatro álbuns e entre as suas tours tiveram oportunidade de visitar Portugal, mais precisamente o Porto, em Fevereiro de 2011. Foi no Hard Club e eu estive lá, tal era o fanatismo. Hoje agradeço a esse fanatismo que me levou a ir vê-los sem pensar muito no assunto, visto que não voltaram ao nosso país. Já lá vão 6 anos e continuo sem compreender porque é que não agendaram datas em Portugal.

 

 

Aqui e ali vou falando deles aqui pelo Few days on land. Primeiro porque são uma das minhas bandas favoritas e depois porque poucos são os músicos que sabem descrever tão bem as emoções. Em 2010 mostraram isso mesmo com o primeiro disco, Happiness, e em músicas como "Blood, Tears & Gold" (I see it in your eyes/ The suffer and it hides the blue,/ But I know that it's never gonna hide the truth/ (...) Love grows cold/ Blood, tears and gold/ Won't make it any better), "Stay" (My whole life waiting for the right time/ To tell you how I feel./ Know I try to tell you that I need you./ Here I am without you./ I feel so lost but what can I do?/ 'Cause I know this love seems real/ But I don't know how to feel) e "Unspoken" (nothing that I do/ will ever be enough for you/ Whatever I do, whatever I do/ Take me as I am/ I'll never be the other man/ Forget about you/ I'll forget about this time). 

 

Repetiram a proeza com o disco Exile, em 2013, com canções tão impactantes e fortes como "Blind" (with the weight of the world upon me I can’t hold my head up high./ So if you see me on the street turn away or walk on by./ Cause after the beauty we’ve destroyed/ I’m cascading through the void,/ I know in time my heart will mend), "Miracle" (look at all of the damage you have done in time/ You can see what a savage I’ve become, in my eyes/ If you look in my heart you will find/ No love, no light, no end inside/ And I’m looking for a miracle/ But I hope, I pray, and I will fight/ 'Cause I’m looking for a miracle) ou "Somebody to Die For" (I could drag you from the ocean/ I could pull you from the fire/ And when you're standing in the shadows/ I could open up the sky/ And I could give you my devotion/ Until the end of time). No caso específico de "Blind", as filmagens do vídeo, brutal e intenso, foram levadas a um extremo tal que Theo Hutchcraft até chegou a ser assistido a nível hospitalar, leia-se operado, porque caiu de umas escadas. Portanto, sim, o olho negro que vemos no vídeo é verdadeiro.

 

  

A dor, a perda, os sentimentos descontrolados e tantas vezes pouco definidos, a influência de outro alguém na personalidade e na forma de olhar a vida, são estes alguns dos temas mais frequentes nas suas letras. A música é igualmente descritiva, acompanhando as emoções e trazendo-as até nós pelos sons de um pop/synth-pop acutilante com guitarras, piano e bateria mas no qual a voz singular de Theo Hutchcraft faz toda a diferença. A interpretação, a marcação e entoação das palavras são fundamentais nos Hurts. 

 

Falando no Theo, já por algumas vezes comentei aqui no blog a sua irreverência artística e as suas capacidades teatrais. Hutchcraft acrescenta ao que seria uma boa banda pop a diferença que a torna excelente nas suas interpretações. Fá-lo nos concertos ao vivo mas, e de forma bastante particular, nos vídeos dos singles de três dos discos do duo. No primeiro álbum isso não se notou muito, talvez porque estivessem a tentar compreender o que seria expectável de uma banda com as suas características. O que é certo é que o segundo trabalho marca uma viragem na forma de abordar a importância da interpretação das palavras que escrevem e cantam. 

 

 

O vídeo de "Lights", por exemplo, ainda hoje é um dos meus favoritos de sempre. Sabem o que é sempre, não sabem? Pronto. É sempre! Descrevi-o de forma muito completa numa das publicações do blog porque considerei ser mesmo um passo em frente na concepção de vídeos musicais, uma vez que "Lights" apresentou-nos todo um outro nível de Theo ou as 50 shades of Theo. O disco Surrender, lançado no outono de 2015, foi aliás uma grande surpresa no que aos vídeos diz respeito com Theo Hutchcraft a brilhar em todos eles (já se previa algo do género quando escrevi sobre os avanços que se iam conhecendo na primavera daquele ano). Nisto das interpretações o Theo ganha porque o Adam não aparece tanto. Normalmente aparece como o pianista dos cenários onde Theo desafia os melhores actores de Hollywood. é actor por momentos "Some Kind of Heaven" também tem história (you're some kind of heaven/ that's all that I need/ I found it in you/ too good to be true). Se Theo podia ser apenas o namorado que vai ser apresentao à família? Podia, mas cedo se percebe que anda metido em tramoias demais que o tornam not good enough (aos seus olhos e aos dos que é suposto avaliarem-nos) e, o próprio, percebe que talvez não seja a melhor pessoa para ali estar, naquele ambiente, com aquelas pessoas. E, mais uma vez, enquanto isto acontece, Adam é o pianista. Nem todos podem ser Leonardos Dicaprios desta vida (e mesmo assim só um é o melhor). Hutchcraft não pára de surpreender com as suas interpretações dignas de globos e óscares em "Wings", faixa e vídeo que examinei pormenorizadamente noutro post anteriormente publicado no Few days on land.

 

 

 

Os Hurts não se fazem de esquisitos e tanto aparecem todos produzidos, com personagens a representar com complexidade e exaustão envolvidas, como vestem um fatinho e fazem os bailarinos brilhar nos cenários. "Miracle", "Stay", "Better Than Love", a tão simples mas emotiva "Wish" e mesmo "Somebody to Die For", em que fazem parte da história e dos cenários mas não representam.

 

 

 

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Site Oficial
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Twitter: Theo Hutchcraft | Adam Anderson

Instagram: Theo Hutchcraft | Adam Anderson
Youtube



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Todas as fotografias desta publicação foram retiradas do Facebook dos Hurts.

Triste, bem triste

Hoje é dia 6 e começa o NOS Alive. Hoje é o dia em que, pela primeira vez desde 2010, vou falhar um concerto dos The xx em Portugal - perdi um concerto do Jamie xx em novembro de 2013 mas aos da banda completa não faltei. Hoje é, portanto, um dia triste. Bem triste.

 

Quando vi o primeiro concerto, em julho de 2010, no ainda Optimus Alive, tive a certeza que não poderia faltar a mais nenhum. Bem, neste caso falo de festivais já que ainda não tive oportunidade de ver um concerto só deles, num contexto mais intimista como a música dos The xx pede (desde já, fica aqui o apelo: quando uma banda desta qualidade, com três álbuns de originais, não tem um concerto em nome próprio desde 2010 num país do qual gosta e que acarinha tanto, alguma coisa vai mal). Nessa altura não quis dar ar de fã n.º 1, até porque estava a dividir atenções fanáticas com os La Roux, e fiquei na terceira fila. Desde então tenho conseguido sempre ficar na primeira fila, qual fã que vai 4/5 horas antes para os concertos e corre assim que as portas do recinto abrem. Se é para ir que seja em bom. Vejam as regalias: não há ninguém à frente com penteados malucos que impeça a visualização do concerto e como não se vê mais nada a não ser o palco, pensa-se que não está lá mais ninguém e é cantar e dançar como se não houvesse amanhã. Foi assim no Primavera Sound de 2012, no Night + Day que os The xx organizaram em Belém, em 2013 (há mais informações sobre este concerto aqui), e no concerto do Jamie xx no Alive, em 2014.

 

Hoje não posso estar lá para ver a estreia no maior palco do Alive. Deixo o meu lugar na 1.ª fila a alguém que seja tão ou mais fã do que eu (ou pelo menos assim espero). Será bonito, não duvido por um segundo. Será surpreendente e emocionante, bem sei. Será um dos concertos mais puros que podem ver ao vivo. A quem estará presente: posso assegurar-vos que não vão ficar desiludidos.    

 

E, por causa disto, hoje por estes lados só se ouve The xx. São os três discos em loop. E mais logo estarei atenta à RTP Play porque estou na expectativa de conseguir ver o concerto em direto o que não é, de todo, comparável a estar a ver, ouvir, saltar, dançar e gritar ao vivo e a cores, como uma excelente e dedicada fã número 1 faria.  

 

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Fotografia retirada do instagram dos The xx

The xx apresentam próximo álbum com o single "On Hold"

 

Os The xx anunciaram a data de saída do álbum. Finalmente! Pois é... Muito esperamos (e os fãs, como eu, chegaram mesmo a desesperar) pelo regresso dos The xx aos discos. Mas sabemos agora que dois meses nos separam de 'I See You', o terceiro disco da banda. É no dia 13 de Janeiro de 2017 que o mundo fica a conhecer dez novas músicas. Bem, na verdade serão as outras nove porque "On Hold" já está disponível por todo o lado. Ele é Few days on land, é Youtube, é Spotify, é Apple Music, é Tidal, é Deezer... no fundo, o que vocês mais quiserem! Eu fiquei muito animada com esta música. Não só porque a espera foi longa mas também porque estou a prever um regresso ao estilo do primeiro álbum, sem deixar de ter ritmo e groove, mas com mais sentido e sentimento. E é isso que eles significam para mim: o expoente máximo do sentir.   

 

      

Eis a tracklist de 'I See You':

1.Dangerous
2.Say Something Loving
3.Lips
4.A Violent Noise
5.Performance
6.Replica
7.Brave For You
8.On Hold
9.I Dare You
10. Test Me

     

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 O que vos parece o single? Estão animados com a chegada deste álbum?

De volta a estúdio, The xx prometem novas músicas e revelam novas datas na Europa para 2016

Não foi há muito tempo que partilhei no Facebook do blog o anúncio de três novos concertos dos The xx em 2017 no festival Lollapalooza: Brasil, Chile e Argentina. Na altura fiz questão de demonstrar a minha tristeza por, embora estarem sempre a dizer que gostam imenso de vir a Lisboa, não haver nenhum indício de que podiam regressar à nossa capital em breve. No entanto, as boas novas não tardaram. Não, ainda não anunciaram concertos por cá MAS já estão mais próximos. E em 2016! Polónia, Croácia, República Checa e Lituânia são os primeiros locais avançados mas algo me diz que algumas outras datas estão aí a aparecer.  

 

Primeiro deixaram-me uma mensagem por e-mail que começava com "it's been a while but you've been on our minds!". Ohhh tão queridos, pensei! Mas depois partilharam a mensagem no Facebook e Instagram para milhões de pessoas e já não achei nada fofinho (certamente o e-mail chegou a outras tantas pessoas eu é que não vi). O que interessa é que eles reforçam que continuam em estúdio a terminar o terceiro álbum e prometem lançar novas músicas em breve, mesmo a tempo dos tais concertos em solo europeu. Tcharan, aqui está a foto que comprova o brainstorming que para ali vai:

 

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Como se isto não fosse suficiente para alegrar o coração dos fãs, partilharam ainda uma playlist com as músicas que os têm acompanhado nesta fase do processo criativo. Nessa playlist estão nomes como Aretha Franklin, Solange Knowles, Sampha, Björk, Alicia Keys, Queens of The Stone Age, The Cure, PJ Harvey ou os novíssimos liv (projecto de Andrew Wyatt e Pontus Winnberg (Miike Snow), Lykke Li, Björn Yttling e Jeff Bhasker). Isto citando apenas alguns que também aprecio. 

 

Deixo-vos com a mensagem partilhada pela banda porque se eles podem partilhá-la com os milhões de seguidores deles eu posso muito bem partilhar com os meus que são muito menos em número mas muito mais especiais! [risos]:

 

 

Sr. Inominável recordam tempos volvidos com versão especial de "Foi Por Ela", canção de Fausto Bordalo Dias

O Sr. Inominável fez das suas outra vez. Escolheu um clássico e decideu reviver tempos antigos, tempos bons. Assim que ouvi este "Foi Por Ela" fui transportada para a minha época musical favorita, tempos que não vivi mas que são os meus predilectos musicalmente falando (80's Forever!). O início desta versão faz-me lembrar Heróis do Mar. É imediato! E isso não é mau, pelo contrário. A versão original da música é da autoria de Fausto Bordalo Dias e é, efectivamente, uma belíssima composição. 

 

Claro que toda esta nova versão é muito ao estilo do duo vianense e traça um caminho distinto da versão original. É isso que se quer. O Sr. Inominável está lá, bem presente. Mas como é bom poder olhar o passado com sinais tão claros de que há futuro! Um futuro de contemplação.

 

Até o vídeo é de outros tempos, embora retrate a viagem do duo a Lisboa para o concerto do Musicbox. Eu estive lá (o Few days on land, portanto)!  

 

 

O Few days on land contribuiu para este vídeo. Nem acredito. Estou feliz da vida por ser parte de um vídeo tão incrível! É uma honra ver aqui imagens captadas por mim no concerto do Sr. Inominável no Musicbox (fotografias do concerto aqui).