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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

O Fáder não sei quê

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Era uma vez uma bilheteira da Fnac e dois empregados ao balcão que desconheciam Father John Misty. E depois aparece uma pessoa que quer comprar um bilhete para o concerto que ele dá no Coliseu no dia 20 de novembro. Chegada ao balcão a pessoa diz: bom dia, queria um bilhete para o concerto de Father John Misty, no dia 20 de novembro, por favor. A empregada responde: de quem? A pessoa repete. A empregada procura algo no computador mas, como não estava a encontar nada (vá-se lá saber o que é que a senhora lá escreveu), perguntou onde era o concerto. Ao que a pessoa responde que não tem a certeza porque tem vários eventos culturais marcados para os próximos tempos mas pensa que é o Tivoli (era do sono, está visto) ou o Coliseu, mas assim com uma fortíssima inclinação para o Coliseu (porque será!). A empregada diz que não está a encontrar nada e a pessoa pega no telemóvel para escrever o nome do artista que é o caro Father John Misty e mostrar à empregada. Enquanto isso, a empregada pergunta ao empregado: olha lá, sabes onde é o concerto do fáder não sei quê? Ele diz que não. A pessoa mostra o telemóvel à empregada, com o nome Father John Misty escrito em maiúsculas, e a empregada responde: eu sei como se escreve não estou é a encontrar nada. Muito bem então. A pessoa lamenta (internamente) o equívoco. Depois diz: é no Coliseu. A empregada pergunta: não terá nada a ver com o Misty Fest? O Festival? Certamente não terá, responde a pessoa, é um músico, é um cantor (na tentativa de colocar ordem na situação simplificando a descrição porque Father John Misty é muito mais). A empregada passa o serviço ao empregado que também não sabe quem é o senhor. É no Coliseu, repete a pessoa. O empregado demora uns minutos mas encontra Father John Misty. Aleluia.

 

 Perdoa-lhes Father porque eles não sabem quem tu és.

 

 

Reflexão sobre o concerto de ontem

O ensinamento que retiro da noite de ontem é: nunca penses que já viste o melhor concerto de sempre daquela banda da qual gostas tanto porque eles voltam e sabem encantar mais e mais em cada palavra, em cada melodia, em cada sorriso. Estou oficialmente destroçada por ter perdido o concerto dos The xx ontem. Não foi por pensar que já tinha visto o melhor concerto deles, foram outras questões que não interessam agora, mas puder ver a transmissão do concerto na RTP Play - podem crer que vou acender uma vela por esta ação magnífica e inesquecível da RTP! - e posso garantir que foi de longe a apresentação mais completa e madura da banda em Portugal, já para não falar da setlist IN-CRÍ-VEL! Como eu disse no post de ontem (e eles também disseram durante o concerto): os The xx adoram Portugal e, particularmente Lisboa. Daí ser tão difícil de perceber como é que a banda ainda não teve um concerto em nome próprio por cá desde 2010. Bom, mas voltando a ontem... Eles tocaram versões das músicas que eu já queria ouvir há muito, muito tempo como da "Shelter", por exemplo. Numa palavra: Brutal! Mais uma vez cantei até mais não, dancei e chorei não só porque só pensava "porque é que não estás lá??" mas também porque a ligação que tenho com esta banda é indescritível. Juro. Sinto como minhas tantas palavras e emoções deles. Não sei explicar.

 

Estou triste. E vai demorar a recuperar. 

 

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A fotografia é da autoria de Rita Carmo (as melhores fotos, sempre!) e foi retirada do website da Blitz

Para mais tarde recordar: o concerto de Miguel no NOS Primavera Sound 2017

Só consegui ver os últimos minutos do concerto mas, pela reação do público e pela energia que andava ali no ar percebi logo que Miguel estava a partir o Primavera. Em bom. Não conhecia muitas músicas e o registo dele em CD é bom, não achei nada do outro mundo. Agora... Ao vivo é qualquer coisa! A voz e a energia. Priceless. Uma boa surpresa. Para mim e tenho a certeza que para muita gente que estava a assistir no recinto. É uma surpresa "à Primavera"! Gostei e agora só vou ouvir as versões ao vivo.  

 

Fonte: Blitz.

Sr. Inominável no Musicbox

No dia 1 de abril agendou-se, no Musicbox, o concerto de apresentação de Eden, disco de Sequin. Previa-se um bom concerto, é claro, mas isto de ir a concertos é raro agora. Não se pode ter tempo para tudo e eu faço os possíveis e impossíveis para dedicar-me à escrita da tese nos momentos livres do dia-a-dia. Mas confirmou-se que os Sr. Inominável iam marcar presença no concerto para uma pequena lição de pop-rock minhoto que introduziria a apresentação de Sequin e eu não podia deixar de ir.

 

Não foi apenas uma manifestação de apoio entre camaradas vianenses, embora - permitam-me que vos diga - fique bastante incomodada por uma banda desta qualidade não ter o devido reconhecimento na sua terra. E ainda tenho mais certezas disso depois do que vi e ouvi naquela sala. Acima d tudo fui ao Musicbox porque há sempre aquela curiosidade de perceber quanto do que está nas canções que ouvimos no disco D'Estalo (2015) ou mesmo no Spotify - meu companheiro de viagens para tão bela terra do Norte de Portugal - se transmite ao vivo e a cores, com ritmo próprio. E não podia deixar de ir ouvir as verdades do Sr. Inominável.     

 

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Não tinha muito tempo, como já expliquei, mas eles também não demoraram a resumir o talento na perspicácia de perceber o que ficava bem ali, naquela sala, numa noite de sexta-feira, fria lá fora e que não os tinha num primeiro plano, como protagonistas. Por agora. Abreviando a situação e, citando Sérgio Godinho, posso dizer que o concerto "soube-me a pouco". Espero que não demore muito para poder ver um concerto só deles, dedicado à energia e consistência que demonstraram, mas também àquelas letras... Já sabem que eu aprecio particularmente as letras! 

 

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Sequin

Foi uma pena não ter disponibilidade para ficar muito mais tempo (estava mesmo no limite do cansaço) e assistir ao concerto completo de Sequin, projecto de Ana Miró. Por este excerto que aqui vos deixo podem perceber que o concerto prometia. Já li que teve alguns problemas de som, mas não me parece que isso possa ter afectado uma voz com esta qualidade e potência. O mesmo não se pode dizer da minha máquina fotográfica que passou por qualquer coisa e não tenho uma fotografia em termos de ser partilhada. Não devo demorar muito para ir ver um concerto a sério e sem pressas desta artista. Ainda assim, aqui fica um pequeno vídeo da música "Meth Monster":