É um relato impressionante dos acontecimentos do último dia 13, em Paris. Impressionante e emocionante. As descrições são tão pormenorizadas... Provocam emoções imprevisíveis! É preciso ter uma força incrível para continuar com a energia de retribuir o melhor que podem, com o que melhor sabem fazer: rock. Percebe-se a tristeza e angústia destes senhores... Eles só querem confortar quem mais sofreu com esta tragédia, este pesadelo. Há que ter muito respeito pelo momento que estão a ultrapassar, eles e as famílias e amigos das vítimas. Um testemunho chocante e comovente que não podem deixar de ouvir.
Li um texto impressionante de Niels Ivar Larsen, um jornalista dinamarquês que participava no debate sobre a liberdade de expressão, em Copenhaga, planeado pelo cartoonista Lars Vilks, onde ocorreu mais um tiroteio ao 'estilo' do ocorrido em França, em Janeiro. Achei que o devia partilhar convosco. Li este artigo no The Guardian, embora o texto seja originalmente do jornal dinamarquês Information, do qual Larsen é editor. Um texto tão bem escrito, momentos tão agoniantes muito bem descritos. Um texto estruturado e sentido. Emocionante.
"Here I sit in my wretched hiding place behind a black curtain, clenching on to a round coffee table – a makeshift shield made of plastic that’s hard, but surely not hard enough. This is not the death I would wish for. Is this really how it ends?
(...)
The fight for freedom of speech has always been the most important thing for me. But was it really meant to be that I would die for it? Martyrdom is for fanatics, not democrats. Imagine dying for an ugly drawing of a Swedish dog with a prophet’s face. What an absurd reason to die. What an absurd reason to kill.
Like a fool I hold my coffee table shield in front of me, knowing it will not provide any protection whatsoever if the perpetrator – or could there be more than one? – forces himself into the hall and starts shooting, as he has done outside. Then it will surely be over. Like Charlie Hebdo’s editorial staff, we are all helpless victims in this room. We are sitting ducks. How painful is it to be riddled with bullets? How long does it take to die? What will become of my girlfriend? What will become of my son?
(...)
Many head towards the back entrance, others find cover behind chairs and desks, but where is shelter? Where are the hiding places? Nowhere. Here, there is no safety, absolutely none at all.
(...)
It was not a bad dream, not a stupid film. Terror has hit, it has hit Copenhagen, it has hit us all right in the heart. The question is, how long will this nightmare last?"
Sempre pensei que ninguém ia conseguir escrever algo com que me identificasse relativamente ao glorioso tempo de estudante e às saudades que se sentem quando esses tempos não passam de memórias. Enganei-me. O meu amigo António, do blogue Perhaps não são ervilhas, tem as melhores palavras, a melhor descrição do sentimento de quem lembra com saudade tempos de alegria e amizade, de companheirismo e de aprendizagem. Emocionei-me enquanto lia este texto porque é simples, é claro e, nesse entretanto, conta a história de tantas e tão importantes pessoas da minha vida, das quais tenho saudades.
Para todos, estudantes e não estudantes, saudosistas ou não dos tempos de faculdade, para quem gosta de ler textos coerentes e para quem procura sinceridade aqui fica o link:
P.S. António, mereces o destaque dos Blogs do Sapo, mereces as partilhas desta tua despedida, mereces os comentários e os gostos. Em suma, mereces toda e qualquer boa reacção a este excelente texto (mais um!) que muito orgulha aqui a amiga do Few days on land. Estou a assitir, de camarote, ao teu reconhecimento mais do que merecido! :)