Janeiro foi um mês de muitas novidades musicais. Foram tantas que parece que já vamos em março. Criei uma playlist no Spotify com as novas músicas que fizeram parte do primeiro mês do ano. Chama-se "JAN 2019", claro, porque a originalidade também não vai mais longe...
Inicialmente a playlist tinha o problema de falta de música portuguesa mas com a ajuda da página Produto Interno Brutal (sigam no Facebook e no website) e de artistas que responderam ao pedido no Facebook do Few days on land, conseguimos completá-la com a incrível música nova nacional (pelo menos com a que está no Spotify porque de outra formanão foi possível).
Agora, já atualizada, continuará disponível no Spotify para quem quiser passar por lá e ouvir todas as novidades. Deixo-a aqui também:
Se conhecerem mais bandas portuguesas que lançaram canções/discos em janeiro de 2019 e continuam a faltar avisem porque boa música nunca é demais e ainda se acrescenta!
Super animada para o concerto dos Foals no Paredes de Coura! Sem dúvida uma das bandas que mais curiosidade tenho para ver ao vivo. Sei que o concerto vai ser fenomenal e no Paredes então... É digno de registo. Vou registar o possível. Agora um pequeno recado:
Yannis - El Greco - se o tradutor não me enganaΘα σας δω αργότερα(ou, traduzindo, I'll see you later).
Emocionalmente sobrecarregada. Emocionalmente exausta. Emocionalmente assim, como a Stepson dos Foals.
But I'm falling, deeper down I go And I'm falling, down the grounds beneath the road Now I'm falling, deeper down I go And I'm falling, deeper now I known And I'm falling, deeper down the shore And I'm falling, as the rocks way down below As the rocks way down below
Li algumas entrevistas dadas pelos Foals e a primeira coisa que pensei foi: "deve ser muito difícil simpatizar com esta banda". Parecem muito convencidos do que fazem e do seu valor face a outras bandas e músicos e normalmente não aprecio muito isso na abordagem aos media. Mas ouvindo What Went Downpercebemos que esta banda tem razões para tamanha irreverência e segurança no que diz respeito ao seu trabalho. O vocalista tem, aliás, ar de tomar em si grande parte destas características. Valha-nos o provérbio «quem vê caras, não vê corações». Continuo a pedir mais contenção nas afirmações, no entanto, se for para continuar a escrever assim, façam/digam o que tem de ser feito/dito.
Assim que ouvi o álbum percebi que se trata de uma composição muito rica, completa. No final da primeira faixa, "What Went Down", já estava conquistada. E eu nem estava especialmente atenta ao percurso dos Foals. A música é magnificente e o final é puro rock, com a bateria a provocar sobresaltos,acompanhada de uns graves imponentes. Sou suspeita para dedicar muitas palavras a "Mountain At My Gates", uma das mais belas composições que ouvi nos últimos tempos. As guitarras são sublimes! Um ritmo extremamente bem marcado.
Depois do groove de 'Birch Tree', mais melódica, começa 'Give It All'. O início faz-nos pensar que aquilo está a acalmar, porque traz mais melodia. Fez-me lembrar a sonoridade dos The xx. Aquelas guitarras têm qualquer semelhança com a sonoridade da banda britânica. Tem um dos melhores refrões do disco. Percebemos que isto pode ficar mais calmo e continuar com muita qualidade!
Mas entretanto chega 'Albatross' e a calma ficou lá atrás. O ritmo, mais uma vez marcado com excelência, e a força da voz do vocalista impressionam a cada segundo que passa. Embora a versão acústica seja bem apetecível, este rock todo acaba com qualquer um. Incrível final, no limite da criação mais melódica do rock. Faz lembrar quem? Na verdade, ninguém. Começo a perceber que estes finais cheios, completos, são uma características da banda. 'Snake Oil' passa sem deixar grandes notas de análise. 'Night Swimmers' e 'London Thunder', prestam-se melhor a esse trabalho. A primeira por ser extremamente dançável, a segunda por ser uma balada carregada de melodia e com períodos bem ritmados (sem nunca perder o tom de "falar ao ouvido") uma constante em What Went Down, como se pode constatar. As variações da voz do vocalista e os jogos vocais que vai criando merecem destaque.
Em suma, é um bom álbum, animado, com várias canções pautadas por ritmos marcantes. As melodias são excelentes, as guitarras poderosas, e os refrões têm força para sustentar tudo o resto. O som e os coros são dignos de recordação. A conclusão é que as massas ainda não acordaram para tudo o que os Foals podem ser.