Viajei no silêncio e encontrei um lugar encantador.
Ali está um prado verdejante onde estendo a toalha para relaxar das preocupações do dia-a-dia. Ao olhar para o lado, tudo o que vejo são flores. Há também uma luz carregada de boas energias. "Agora ficava aqui tão bem uma orquestra", pensei eu, e ela surgiu no rádio. Foi de mansinho a uma tremenda energia em menos de nada.
Sinto o sol a aquecer-me a pele e a canção da rádio já mudou. Agora são os anjos que, em harmonia, cantam um louvor ao soul. Ora são sussurros, ora são gritos - não me engano se disser que são sentimentos em forma de canção, tantos e tão fortes que vêm na minha direção. A rádio entrou no programa de harmonias e daí não sai mais.
E se eu dançar? Aí vou.
A roda do vestido vai e volta enquanto salto de felicidade. É o ritmo, é a loucura de tudo funcionar tão bem. E ao mesmo tempo a dúvida de como é possível estar tudo a coexistir tão perfeitamente nesta bolha de amor ao que se faz de bom. Continuo a voltar a esta emoção, sinto que tudo se aproxima de um final apoteótico, mesmo sabendo que é impossível tudo terminar por aqui. Apoteótico foi, porque de apoteótico tem muito. Quero mais.
Tem lá calma porque a manter-se este ritmo, não poderás saltar muito mais. É tempo de um slow, bem livre como me sinto, de braços abertos para o mundo e para a felicidade. Porque é que há tanta harmonia neste lugar? E porque é que toda(s) ela(s) é(são) tão perfeita(s) como banda sonora do que estou a viver? [Saí da pista de dança de fininho.]
Será verdade? Será possível? Quero ter esperança, mas a dúvida... A dúvida é grave e tem silêncios. Percebo que voltou a orquestra, vem ao longe. Ouço violoncelos tocar uma intensa melodia e a cadência chega do encontro entre tantas outras cordas que manejo com confiança de que algo vai mudar depois deste interlúdio.
E em mim, o que mudou? É agora o melhor momento para pôr em perspetiva a ligação que estou a criar com esta realidade. Se este lugar fosse uma pessoa, seria a minha melhor amiga, a minha estrela guia. Aqui há tudo quanto se pode sonhar num sonho perfeito.
Mas algo melhor está para vir. Pelo menos foi o que sempre nos ensinaram. No matter what, no horizonte estará sempre uma resposta: o que de melhor podes esperar. Faço-o por mim e por todos os que não podem viver este sonho. Maravilhosas estas notas, maravilhoso o perfume deste ar, finalmente respirável. Escolhi ficar para a eternidade.
Podes contar-me uma história de amor? Prometo chorar de felicidade.
Levas-me a caminhar? Não quero acordar. Estive tempo demais naquele mundo repetitivo, cansativo, exagerado. O que conheci aqui é para guardar, cravar no coração, ao estilo de ide e ensinai.
Vem aí o apoteótico outra vez. O som aumenta. Agora o ritmo é ainda mais vigoroso e as harmonias virtuosas. Se é para me divertir, regresso à pista de dança e prometo não voltar a sair de lá, venha o que vier. Serei famosa nesta minha viagem ao paraíso! Mas... O que é isto e quem mudou a música de repente? Falso alarme, era só para o saxofone dar um ar da sua sonora graça. Aliás, quanta mais diversidade houver, mais sentido a música vai fazer, aprendi isso neste sonho. Sinto-me em casa.
Vou dançar e não vou sozinha, os anjos levaram-me pela mão. Estou junto à praia. Sinto que posso ser tudo, ter tudo, sentir tudo e que o mundo não é mais do que isto.
Agarro-me ao tempo deste sonho. Peço-lhes um momento. Deram-me esperança, deram-me alegria, deram-me luz. Aqueceram o meu coração. Senti, vivi, dancei, chorei. Amei.
Estamos quase, quase a revelar o melhor disco de 2021, mas enquanto a lista não chega ao número 1, aqui ficam os discos entre a 2.ª e a 6.ª posição. Tal como no post anterior, escrevi também uma pequena explicação do porquê de serem parte do meu top 10. Enjoy!
A verdadeira voz do soul nos dias de hoje! Believe me and listen to "Where You're At". Superb.
Este álbum é uma combinação de 11 dos maiores sucessos de Allen Stone que, parecendo que não, começou a editar em 2009 e conta já com quato LP's. Este, gravado em Washington pela ATO Records, apresenta as canções favoritas dos fãs trazendo de volta a essência da sua composição que se resume nos instrumentais e voz mais naturais, reduzindo os arranjos e as camadas que as anteriores ganharam no processo de gravação - algo muito evidente em "Consider Me", por exemplo, cujo ritmo foi diminuído e é agora uma canção ainda mais soul e muito menos pop, para além de ter uma base de piano muito mais presente, num momento intimista. "I Know That I Wasn't Right" é outro desses momentos extremamente intimistas do álbum.
A sua voz é doce, é "quente" porque conforta, é como um abraço. Ao mesmo tempo, APART é um disco sexy! Há muito romance nas letras de "Lay It Down" - nos versos Wanna be the first thing you reach for in the morning and the last thing you put down at night e, mais à frente, keep me close enough to fit inside your pocket, let me see inside the windows through your heart; mas também em "Give You Blue" - na qual escreve I can't stop the rain but I will keep you dry/if the shore feels far awayI'll be by yourside/when the storms arise I will shelter you/when your sky is gray I will give you blue (mas que ideia, que visual tão bonito!). "Consider Me" é o apogeu do romantismo.
Sem dúvida que o Allen fez muito bem em revisitar estas canções!
Melhor canção: Brown Eyed Lover
Melhor letra: Where You're At
Melhor vídeo: Is This Love (Bob Marley cover)
Um dos discos mais esperados de 2021 para mim era este Loving In Stereo dos Jungle. Quem vai vendo/lendo o que publico por aqui sabe que eles são uma das minhas bandas favoritas e, portanto, a "ansiedade" de saber o que seria este novo trabalho era muita e as expectativas estavam elevadas. Cumpriu. A selva é uma festa!
Energia, emoção e uma vontade IN-CON-TRO-LÁ-VEL de dançar! Assim, em maiúsculas, como a alegria que conseguem provocar-nos.
É um disco que chega especificamente para alegrar-nos. A primeira canção, "Dry Your Tears", avisa que não há lugar a tristeza e que You gotta move it/keep moving logo a partir da canção n.º 2. Em poucos segundos estou a tentar coordenar o bater palmas com o "pézinho", a estalar os dedos e com os braços no ar... É que até as canções mais calmas têm um groove "jungleriano" que possivelmente deriva da importância que atribuem aos instrumentos de percursão - presença icónica nos concertos da banda e que fica sempre evidente nos discos - aliados à conjugação das guitarras, do piano e dos coristas. Essas vozes secundárias que de secundárias nada têm.
O início de "Fire", por exemplo, é a forma perfeita de explicar porque é que esta banda sabe escolher os nomes das canções. Impressionante linha de guitarra, mais uma vez com o groove de uma grande panóplia de sons vindos da percurssão e do grupo de segundas vozes que entoam magistralmente as poucas palavras desta letra, recorrendo a agudos de ritmo acelerado, outra característica dos Jungle. E se pensavam que ficava por aí o "fogo" do disco, logo a seguir está a "Talk About It" que deve render bastante nos festivais, fazendo jus à fama dos Jungle a criar refrões poderosos para serem entoados por grandes amontoados de pessoas, que a Covid tem impedido mas não por muito mais tempo. Do que me lembro, as pessoas cantam até as notas, nem é preciso que a música tenha palavras, tal é o entusiasmo de estar num concerto deles (um dos melhores concertos que já vi e no que mais me diverti - se é que posso adicionar).
Graças a este disco descobri a Priya Ragu, colaboração na música "Goodbye My Love", que foi também uma das belas descobertas do ano.
Thanks for making me stronger, friends. Cheers!
Melhor canção: All Of The Time
Melhor letra: Goodbye My Love ft. Priya Ragu
Melhor vídeo: Keep Moving (sem dúvida o vídeo do ano!)
[Nota intermédia: Agora é que vão ser elas. Elas no feminino e elas porque são dois discos bastante emocionais. Bare with me people!]
Atenção, atenção. Se não queres encontrar uma melhor amiga com quem dividir as tristezas da existência, não ouças Little Oblivions. É que Julien Baker é bastante profunda na exploração da sua relação com o mundo e as pessoas. Questiona-se, põe em evidência, talvez até se martirize no processo.
Esta realidade está presente em "Hardline", canção que abre o disco e nos diz "preparem-se para pensar sobre vocês mesmos e as vossas ações". Senão ora leiam: All the future things I will destroy/That way I can ruin everything/When I do, you don't get to act surprised. Umas canções mais à frente, três para ser precisa, escreve na #Relative Fiction": Dying to myself virtually, a massacre/A character of somebody's invention/A martyr in another passion play/I guess I don't mind losing my conviction/If it's all relative fiction anyway.
Podemos esperar isto ao longo do disco. Assim como podemos esperar uma conjugação guitarra/bateria claramente a dizer olá ao rock/indie rock/alternativo. Destaco os instrumentais de "Crying Wolf" - os riffles do meio da canção são a cereja no topo do bolo; a bateria de "Favor"; o piano de "Song In E".
Julien Baker tem também uma voz muito doce, mas que parece algo "assombrada", muitas vezes é um sussurro, outras tantas é uma força que catapulta - na "Song In E" coexistem -, quando necessário também utiliza a sua voz mais áspera, crua. E a emoção passa. É daquelas vozes que ouvimos e sabemos quem está a cantar, diferenciada.
Melhor canção: Highlight Reel
Melhor letra: Crying Wolf
Melhor vídeo: Hardline
Collapsed In Sunbeams é o disco de estreia da britânica Arlo Parks, alter ego de Anaïs Oluwatoyin Estelle Marinho (não tem ascendência portuguesa), e chegou a nós logo no início deste ano - janeiro - pela Transgressive Records. Não fosse a Covid-19 e este seria um álbum de 2020.
De voz angelical, doce, carismática, preparou 12 canções para se apresentar ao mundo. E conseguiu fazê-lo, captando o interesse de todos aqueles que a nomearam como nova promessa da música britânica.
Começa por demonstrar os seus dotes como poetisa com uma faixa homónima do álbum. Depois disso, é um "corridinho" de boas vibes, ainda que nem sempre os temas abordados nas letras sejam compatíveis com essa abordagem. É o caso de "Hurt" com um refrão tremendamente melódico que não transmite a energia da letra - Oh, wouldn't it be lovely to feel somethin' for once/Yeah, wouldn't it be lovely to feel worth something; ou de "Hope", onde escreveu You're not alone like you think you are/We all have scars, I know it's hard, mas que canta com bastante leveza e gingar. Ou seja, no fundo tem um pouco de Julien Baker ao escrever, mas uma onda leve e divertida a cantar.
É uma onda algo pop e R&B que funciona muito bem quando sabes escrever canções - e, no caso de Parks, poemas. Ser um álbum de estreia e estar tão bem cotado a nível internacional só nos faz ter esperança no que o futuro trará à carreira de Arlo Parks. Aguardo com muita curiosidade por próximos capítulos.
Melhor canção: Eugene
Melhor letra: Hope
Melhor vídeo: Too Good
Em julho escrevi que relacionava a música "Say That You Will" com os primeiros tempos da pandemia. Nos pequenos concertos que fazia em direto no Instagram, James Blake já tinha apresentado algumas das novas canções deste Friends That Break Your Heart. Fiz referência ao tempo que passou entretanto e como pouco tinha mudado no que à pandemia dizia respeito. Constantes mini confinamentos, o teletrabalho, o ter de ficar em casa e contar com a cultura para entreter-nos... Aquelas notas no piano, acompanhadas da voz de Blake, que é daquelas vozes que soa ainda melhor ao vivo, traziam-me esperança. Como, aliás, todo o disco traz.
Podia ser facilmente o disco do ano e durante algum tempo foi. Tive de afastar-me do meu entendimento de fã - vá, super fã! - para fazer a avaliação que, até então, mandava o coração. De facto, não há uma única possibilidade de James Blake lançar um disco que não esteja nas listas de melhores álbuns do ano deste blog e dos meios de comunicação por esse mundo fora. O que Blake consegue fazer sozinho - o homem banda, agora também Sr. actor (talvez por influências da incrível Jameela Jamil, sua namorada) - seja em palco, nos festivais, ou em casa com um piano e a sua voz maravilhosa é de arrepiar. Ele sabe, como poucos músicos que conheço e admiro, colocar apenas o necessário em cada canção. O estritamente necessário para funcionar. Essa simplicidade emociona-me. Ele assume os momentos imperfeitos da canção, tornando-os perfeitos com giros vocais do extremamente grave ao agudo angelical, canto a capella, instrumentais em crescendo, pequenos jeitos electrónicos - como acontece com Say What You Will, só para dar um exemplo.
Para as melhores canções, selecionei três. Não me peçam para escolher uma, não consigo, este álbum é todo ele brilhante. E temos de considerar que James Blake é o cantor, o compositor, o letrista, o produtor, o actor, o magnífico ser humano que vemos plasmado nestas canções. Como é que eu sei que ele é um magnífico ser humano? Porque só alguém com um coração do tamanho do mundo consegue chegar a tantos outros corações e emocioná-los com simplicidade e verdade.
Termino com uma parte do que escrevi em Julho: "Se esta pandemia tinha algo para nos ensinar enquanto sociedade, não ensinou. Mas pelo menos James Blake comprometeu-se a deixar esse ensinamento a quem quiser confiar nele. Eu confio. E ele nunca desilude". É uma história de amor a nossa.
Melhor canção: I'm So Blessed You're Mine + If I'm Insecure + Lost Angel Nights
Melhor letra: Friends That Break Your Heart
Melhor vídeo: Say What You Will (com a presença de FINNEAS e o Sr. Actor James Blake!)
P.S. Os nomes de artistas e músicas que estão escritos em minúsculas foram assumidos dessa forma pelos músicos e, portanto, foi respeitado o estilo pretendido pelos autores.
P.S. 2 - Como nota à navegação, comunico que este post não foi publicado em dezembro de 2021 (#iwish) mas como atualmente (fevereiro 2022) valores mais altos se agigantam, não me apetecia confundir as coisas e dar mais importância do que isto tem na realidade. Para além de que já não faz muito sentido publicar coisas como se fossem novas mas que estão no passado. Anyways... Estes textos foram escritos ainda em 2021 só ainda não tinha tido tempo de passar por aqui. Mas neste blog acabamos o que começámos.
Segue a lista! Desta vez com os discos entre a 7.ª e a 10.ª posição dos melhores álbuns de 2021 e com uma pequena explicação do porquê de estarem no meu top 10.
Seria a Avril Lavigne dos tempos modernos, a nossa Marie Ulven Ringheim aka girl in red. E por nossa, entendam cidadã do mundo, já que ela é norueguesa. Por outras palavras, o álbum "if i could make it go quiet" vem confirmar que girl in red é uma contadora de histórias ora ritmadas, ora embaladas, com reflexos rock + punk + pop. Podemos dizer que o conjunto de canção aqui apresentadas são uma descrição bastante pessoal de medos, dúvidas, emoções. As descrições são claras, exemplo disso é a frase "can't escape the corners of my mind", da canção "Serotonin". Se é daquelas pessoas que gosta de acompanhar a letra para perceber a história da música, vai certamente gostar deste disco que passa por várias fases ao longo dos 11 temas. girl in red foi uma das melhores descobertas do ano e um álbum para guardar.
Melhor canção: rue
Melhor letra: serotonin
Melhor vídeo: body and mind
Salvador Sobral dispensa apresentações e falar dele seria fácil não fosse tão complexo o artista e a sua arte. É dos melhores cantautores que este país viu nascer. Não há palavra que não esteja no sítio certo. A sua voz é doce o suficiente para dar corpo a cada melodia. E nos entretantos supreendem-nos todos os giros que consegue fazer com o seu registo vocal, do mais grave ao mais agudo. E quando canta em português, a magia é digna dos contos de fadas. Daí este bpm e as suas 14 canções serem tão especiais. Este é o albúm mais português de Salvador até à data e embora seja impressionante o número de línguas em que consegue cantar, quanto mais cantar em português mais vai encantar.
Melhor canção: fui ver meu amor
Melhor letra: só eu sei
Melhor vídeo: paint the town
A viagem é a saltitar: olá Chet Faker, até já Nick Murphy. Ele vai mudando e nós vamos tentando acompanhar porque qualquer nota que componha, qualquer palavra que escreve vai soar bem. É certo. Certo como o destino, ou as estrelas, ou o bem que nos fazem sentir as suas músicas. Dificilmente há alguém mais cool do que o próprio (ou os alter egos) e a tradicional vibe, o groove "chet fakeriano", está nos píncaros. É o caso da "Get High", em que o groove do instrumental combina tão bem com a voz extremamente melódica, como se fosse uma voz ainda mais cantada do que o normal. Há alguns casos do tradicional Chet Faker, como em "Feel Good", e de apostas para dar corpo aos instrumentais, com harpas e um claro investimento em trazer mais instrumentos de corda às suas canções. Whatever tomorrow, give me this anytime.
Melhor canção: Get High
Melhor letra: Whatever Tomorrow
Melhor vídeo: Feel God
Da parte de Oscar Scheller chega-nos a maior das novidades: os rapazes também choram. Uma boa nova que se tornou não só uma belíssima canção, mas também um álbum que recordarei por muitos anos. Já me tinha acontecido com o primeiro álbum dele, Cut and Paste, de 2016.
Impressiona-me sempre pelas linhas de guitarra que compõe, pela importância que dá ao ritmo, marcado, algo que até nas composições mais serenas não escapa. É um bom cantor de melancolia dançável. Não é um estilo, passa a ser. Podemos até não conhecer as suas músicas mas tenho a certeza que quem as ouve pela primeira vez consegue marcar o ritmo com o pé ou quem sabe até mexer os ombros ao de leve ou viajar sem sair da imaginação.
Sabem aquela tarde de merecido descanso junto à piscina? Bem, eu não tenho piscina porque se tivesse este álbum seria a companhia perfeita para passar essa tarde. Ao estilo netflix and chill, estão a pereber? Uns raios de sol, uma brisa, calor q.b., óculos de sol ea voz doce de Scheller como banda sonora. Name a better combo, I'll be waiting.
Melhor canção: Peach
Melhor letra: I'm Enough
Melhor vídeo: Boys Cry
Sam Fender é o "senhor rock" desta lista. E provavelmente do UK. A ascensão depois de "Play God" está a ser condizente com a força que ele coloca em cada refrão, em cada palavra. Cada canção é cantada como se de uma história se tratasse. As letras são factuais, por vezes de crítica social, mas sempre actuais.
Os instrumentais são A loucura de poderosos. Ouvimos isso mesmo em "Spit of You", com as guitarras a serem responsáveis por 90% do show que é esta canção. Com linhas instrumentais carregadas, fortes, encorpadas, Sam Fender oscila de maneira vertiginosa entre os graves e agudos que a sua voz consegue entregar. Até nas canções mais serenas, como "Long WayOff" ou "Last To Make It Home", estas características são claras.
Melhor canção: Get You Down
Melhor letra: Pretending That You're Dead
Melhor vídeo: Saturday
P.S. Os nomes de artistas e músicas que estão escritos em minúsculas foram assumidos dessa forma pelos músicos e, portanto, foi respeitado o estilo pretendido pelos autores.
P.S. 2 - Como nota à navegação, comunico que este post não foi publicado em dezembro de 2021 (#iwish) mas como atualmente (fevereiro 2022) valores mais altos se agigantam, não me apetecia confundir as coisas e dar mais importância do que isto tem na realidade. Para além de que já não faz muito sentido publicar coisas como se fossem novas mas que estão no passado. Anyways... Estes textos foram escritos ainda em 2021 só ainda não tinha tido tempo de passar por aqui. Mas neste blog acabamos o que começámos.
Embora não tenha estado presente neste blog ao longo do ano, a música nunca falta ao meu dia-a-dia. No trabalho, durante viagens, entre férias, feriados e dias livres... Não há um dia do ano em que não visite os meus perfis no Spotify e no Youtube para os plays e os repeats desta vida. E também não há um ano em que não me surpreenda com novos artistas, novos discos, novas músicas, novos concertos e até covers.
Daí este ano ter optado por aumentar a tradicional lista de 10 melhores discos de 2021. A escolha estava difícil! Esta primeira lista, apresenta os melhores discos de 2021 que ficaram entre os lugares 28 e 45.
Espero que gostem da lista que preparei. Deixem nos comentários o/os discos que está/estão a faltar nestes lugares.
Nick Murphy - anteriormente conhecido como Chet Faker - anunciou na passada segunda-feira que em breve terá novo disco. Run Fast Sleep Naked é lançado a 26 de abril mas para acalmar os ânimos dos fãs mais dedicados, Nick Murphy/Chet Faker deu a conhecer o primeiro single do disco: "Sanity". Este será o quinto disco do músico (um dos LP foi lançado em colaboração com Marcus Marr e um EP em conjunto com Flume) e o segundo da era Nick Murphy.
Gosto muito da escrita de Murphy, acho que a letra está belíssima mas estou bastante satisfeita com o que ouvi no geral, prevejo que vem aí mais um grupo de êxitos. O instrumental tem muita energia e o refrão é mesmo ao jeito de um bom coro de festival. Acho que vai funcionar muito bem. Por aí, o que acham?