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Few days on land

Um retrato do dia-a-dia de uma jovem de viagens quase sempre musicais e nem sempre coloridas.

Sobre os Óscares...

Está tudo numa onda de boicote à cerimónia dos Óscares 2016 e eu vou fazer o mesmo. Não por questões raciais, mas porque não compreendo como é que ainda não reconheceram o Quentin Tarantino com o Óscar de Melhor Realizador e o Leonardo DiCaprio com o de Melhor Ator (não é que ambos não tenham uma carreira preenchida de enormes sucessos...), porque é que o filme "Her" não ganhou na categoria de Melhor Banda Sonora Original, ou porque é que o "Gone Girl" nem ficou nomeado para Melhor Roteiro e o Miles Teller não entrou nas contas dos melhores atores pelo Andrew Neiman de "Whiplash"... Consigo pensar em várias injustiças e estou apenas a cingir-me às edições mais recentes. Injustiças, boicotes... Opiniões! Todos os anos é a mesma coisa. Isto deve ser moda nos States. E tudo o que é moda nos States...

Aleatoriedades da História no presente

 REIGN

Reign é uma nova série, que estreou na semana passada como uma das novas esperanças do canal The CW para a Fall Season. A série conta a história de Mary Stuart, Rainha da Escócia, que por ter casamento marcado com o Príncipe Francis da França desde os seus seis anos, retorna ao país do futuro marido (agora com 15 anos) depois de ter sofrido uma tentativa de assassinato quando estava escondida num mosteiro para sua protecção. Agora, acompanhada das suas melhores amigas, tem de arranjar uma maneira de sobreviver aos esquemas, traições e inimigos que tentarão afastá-la do seu "destino".

Já tinha assistido ao resumo do primeiro episódio e pareceu-me uma boa aposta mas depois de assistir ao episódio completo posso confirmar que, embora as audiências não sejam as melhores, espero que o canal The CW permita que a série se desenvolva mais um pouco. No entanto, não é uma série aconselhável para quem procura ver a História representada tal e qual aconteceu uma vez que há personagens que foram adicionadas para criar um enredo diferente e que não existiram na realidade (como é o caso o meio irmão de Francis, Bash, personagem criado para fazer parte do triângulo amoroso da série).Para além disso, a história revela um mistério sobrenatural que desperta o interesse dos espectadores.

É um teen drama ou pelo menos foi essa a ideia que o primeiro episódio deixou aos espectadores. Mesmo assim, merece destaque pelo guarda-roupa (quem não gosta das roupas e dos acessórios de época que normalmente aparecem nestas séries?) e pela música que, destoando também altura que se pretende retratar, é actual (podemos ouvir Mumford and Sons ou The Lumineers, por exemplo). Destaco também o magnífico cenário com um castelo lindíssimo. Aqui está o vídeo promocional da série:

 

 

 

ROMEU  E  JULIETA

Romeu e Julieta é uma tragédia romântica rara. E é rara por ser difícil nos cansarmos dela, mesmo quando já conhecemos todos os pormenores da história. A obra original, que nos conta a história de um amor entre dois jovens que pertencem a famílias rivais, foi escrita por William Shakespeare em 1597 e já teve várias adaptações tanto em cinema como em teatro. E as adaptações a partir de um dos maiores Clássicos da Literatura Mundial continuam a surgir. Em 2013, Romeu e Julieta foi, mais uma vez, adaptado ao cinema mas agora com Hailee Steinfeld e Douglas Booth nos principais papéis.
O filme já está nos cinemas um pouco por todo o Mundo, mas a estreia em Portugal só acontece na próxima quinta-feira, dia 24. Sinceramente, espero que o objectivo desta adaptação cinematográfica não seja superar o anterior em termos de desempenho dos actores principais. Uma coisa é certa: se esse foi o objectivo traçado, possivelmente será um objectivo falhado pois é praticamente impossível que Booth consiga superar Leonardo Dicaprio.
Pelo trailer que vi, este filme parece-me ter uma abordagem mais histórica do que o de 1996, o que me agrada. Outro ponto a favor é o facto de este ter a adaptação do criador de Downton Abbey, Julian Fellowes. Talvez não seja preciso dizer mas reforço a ideia de que é óbvio que podemos esperar cenas interessantes, dramáticas e emotivas neste filme. O ponto a favor número três tem um nome: Ed Westwick, que  interpretou Chuck Bass na série Gossip Girl e que deixou saudades no "mundo" das séries.
Há, porém, um ponto negativo na personagem que ele interpreta - Tybalt Capuleto, o primo de Julieta. Se estão a par dos acontecimentos, Tybalt é morto por Romeu, depois de matar o seu melhor amigo, Mercutio. É minha opinião que Ed Westwick merecia o papel de Romeu neste filme embora perceba que precisassem de um actor com um ar mais angelical para o papel (o facto de Tybalt morrer sendo interpretado por Westwick é que não é justo!). Aqui está o trailer de Romeu e Julieta:

Vamos lá desmistificar isto...

Não são só as mulheres que choram que nem bebés com o fim dos relacionamentos. Aliás, muitas vezes não chega a "correr" uma lágrima pelos seus rostos sequer. Não é frieza, é verdade. Talvez esta história, que acabou por se tornar um mito, tenha tido origem na "facção" machista da nossa sociedade, mas não tem fundamento. Primeiro, os homens também choram e não é só porque a máquina de barbear se estragou ou alguém decidiu partir-lhes o vidro do carro (ironia...). Mesmo que me digam "Sim, os homens também choram mas é por situações de outra natureza", eu respondo com esta certeza "Os homens também choram pelo fim de um relacionamento".

(Este vídeo já me ofereceu grandes momentos de riso. Espero que possa fazer o mesmo por vocês!)

21º Curtas Vila do Conde

 

Começa hoje o 21º Curtas Vila do Conde. Este Festival Internacional de Cinema tem excelentes oportunidades num extenso programa para guiar os amantes de cinema numa experiência nova ou renovada no âmbito da Competição Nacional e da Competição Internacional (competições de curtas-metragens), do cinema português que chega das escolas (TAKE ONE!), da junção entre música e cinema em espectáculos ao vivo (Stereo), ou da Exposição "Film". Não posso esquecer o autor em destaque este ano, Bill Morrison, que para além de ver alguns dos seus filmes exibidos irá dar um Masterclass de Cinema Experimental.

Depois de analisar o programa, com 17 filmes de produção nacional e 34 filmes de todo o mundo entre ficção, documentário e animação, alguns deles chamaram-me a atenção, na maioria os portugueses (alio-me a um slogan conhecido para dizer que "O que é nacional, é bom"); os trabalhos saídos das escolas (gosto de conhecer o resultado do trabalho que os alunos vão desenvolvendo) porque quem nunca viu podia surpreender-se com a qualidade que, por vezes, é apresentada; mas também alguns internacionais (não muitos, confesso). 

1) "No Nevoeiro", de Sergei Loznitsa (longa-metragem)

2) Na Competição Nacional:
"Carrotrope é um novo brinquedo ótico. Aglutina o carrossel e o thraumatrope, dois objetos que representam os movimentos cíclicos da vida. Entretanto, um homem bebe e o tempo passa ao ritmo dos 24 fotogramas por segundo."
"Uma jornalista e um operador de câmara da televisão de Macau embarcam numa viagem de trabalho ao sul da China para descobrir o naufrágio de um junco chinês do século XII, contemporâneo do afundamento da Galé de Don Fuas Roupinho, almirante de Afonso Henriques. Esta ressonância vai mergulhar os personagens em questões identitárias que ora se dissolvem ora vem à tona, no naufrágio de um casal ou do mundo – nosso."
"Ele está doente. Não fala, deixou de comunicar. A namorada tem que o vestir, alimentar, tratar dele. A família decide convidar as pessoas mais próximas para o ver. Decidem fazer uma festa, um velório."
3) No Projecto Estaleiro "A mãe e o mar", de Gonçalo Tocha (documentário)
"Na senda de um mito real e perdido no lugar da praia de Vila Chã, procuramos as mulheres do mar chamadas “pescadeiras”, num dos poucos lugares do mundo com mulheres arrais. Mas onde estão elas? E onde estão os 120 barcos de pesca artesanal? Sobram 8 barcos e uma única mulher pescadeira. Em terra de brava gente do mar, filma-se a paixão da pesca, a paixão do mar."
4) Na secção Da Curta à Longa, "La Fille du 14 juillet", de Antonin Peretjatko (Ficção)

5) Na secção Panorama Nacional, "A Palestra", de Bruno de Almeida (Ficção)

"Um escritor americano é convidado a visitar Guimarães para dar uma palestra sobre a obra de Edgar Allan Poe. O que poderia ser uma agradável viagem de trabalho torna-se num pesadelo quando a sua própria paranóia transforma a realidade…. ou será mesmo assim?"

6) Na secção Stereo é apresentado em filme-concerto "O Facínora", de Paulo Abreu (filme parcialmente rodado em Guimarães, em 1920, por um cineasta amador alemão), com apresentação da dupla The Legendary Tigerman e Rita Redshoes ao vivo.
Grelha de Programação:
 

Todas as imagens e sinopses foram retiradas da página oficial do 21º Curtas Vila do Conde assim como da respectiva página do Facebook. Podem ainda ler o Jornal Curtas 2013 com toda a informação sobre o festival, os horários e outras informações relevantes aqui.  

O menos inteligente da semana...

... é o facto de os responsáveis pelo Festival Optimus Primavera Sound não deixarem entrar comida/bebida no recinto. Estive presente na edição do ano passado, e já nessa altura fiquei indignada com este assunto por várias razões.

Com o período de crise que o país atravessa, nem todos os festivaleiros têm dinheiro para comprar comida nos locais que os responsáveis disponibilizaram para o efeito que, para ajudar a minha teoria, são bastante caros. As pessoas gastam o que podem, quando podem e os responsáveis do festival deviam respeitar isso. Aliás, se pagaram o bilhete qual é o problema de levar comida? Será que quem recebeu um convite para o espaço VIP também tem que deixar a comida no saco? Se não tem, está mal. Porque se alguém lhes deu o convite agora podem gastar o dinheiro que pouparam no bilhete para comprar comida. Também podem perguntar-me, mas se as pessoas têm dinheiro para comprar o bilhete não terão para a comida? É assim... Sabem o preço de um bilhete geral? Chega aos 100 euros, com descontos e promoções porque nos restantes casos pode custar 125. Muitos dos festivaleiros poupam durante o ano inteiro para poderem ouvir os seus artistas de música favoritos, não tenham dúvidas disso. Não será esse esforço suficiente?    

Depois, nem toda a gente gosta ou pode comer o tipo de comida que por lá existe. E podem dizer que têm lá uma roulotte de comida saudável e tudo mais, que isso também eu vi no ano passado. Mas, como é normal, a comida é ainda mais cara do que a dita fast food.  

Isto para não falar do desperdício que é a comida ser deitada para sacos que ninguém sabe onde vão parar mas que eu, como cidadã de um país em crise, espero que entreguem a quem precisa. É que, no caso de não procederem dessa forma, estamos perante (mais) um problema de falta de sensibilidade para com quem passa necessidades em Portugal.

E é uma pena. Porquê? Porque o Optimus Primavera Sound é um festival com imensa qualidade. Muita qualidade mesmo. O cartaz tem nomes sonantes (já tinha na edição passada) que os portugueses gostam e querem ouvir (o esforço que fazem para adquirir os bilhetes é a prova disso mesmo).

Quando ouço falar deste festival as pessoas nunca dizem "Vou comprar o bilhete para o primeiro dia" ou "Só vou a este ou àquele dia", mas sim "Já comprei o passe geral". O Parque da Cidade é muito bonito e é o cenário ideal para aplicar o conceito do festival, que já tornou o meu festival favorito em Portugal (e só não conheço o Sudoeste porque de resto já estive em todos eles). Mas estas pequenas situações fazem a diferença. E não é uma diferença que eu goste.